sexta-feira, 16 de novembro de 2012

VERDADES DE NOSSA FÉ CATÓLICA

1. VERDADES E FUNDAMENTOS DE NOSSA FÉ

1. 1 - DEUS

Em toda a história da humanidade o homem não cessa de buscar a Deus. Esta busca se dá através das orações, sacrifícios, cultos, meditações, ações, entre outras formas. Mas como podemos conhecer a Deus, se nunca O vimos?

Podemos conhecer a Deus mediante Suas obras e mediante a nossa Fé. A fé é a resposta do homem a Deus que se revela e a ele se doa, trazendo ao mesmo tempo uma luz superabundante ao homem em busca do sentido último de sua vida. Como podemos falar de Deus?

Nosso conhecimento de Deus é tão limitado, como também é limitada nossa linguagem sobre Deus. Só podemos falar de Deus através das criaturas vivas ou dos recursos naturais que conhecemos, e segundo nosso modo humano limitado de conhecer e pensar.

De qualquer forma, temos que nos lembrar e ter sempre conosco, dentro de nossos corações, que todas as criaturas trazem em si uma certa semelhança com Deus. O homem guarda características tão dignas como a verdade, a bondade, a beleza, a caridade, o amor...Tais características não podem ter outro autor senão o Todo Poderoso. Todas estas características contemplam, portanto, o Seu Autor.

Assim como uma obra de arte reflete sempre, de alguma forma, o seu autor, também nos devemos refletir nosso Criador. "Sem o Criador a criatura se esvai".

Como entender Deus Criador?

Deus criou o mundo segundo Sua sabedoria. O mundo procede da vontade livre de Deus que quis fazer as criaturas participarem do Seu Ser, da Sua sabedoria e da sua bondade. Que haveria de extraordinário se Deus tivesse tirado o mundo de uma matéria preexistente? Quando se dá um material a um artesão, ele faz do material tudo o que quiser e souber. Se este fato confere a este artesão um lado criador, tanto mais será nada para criar tudo o que Sua Vontade e Sabedoria desejam. Deus parte do Nada e cria o mundo, dentro dele, o homem.

Uma vez que Deus pôde criar do nada, pode, através do Espírito Santo, dar vida da alma aos homens, com o objetivo de mantê-los sempre junto Dele, mas ao mesmo tempo, deixando o homem livre para escolher essa união. Já que pela sua palavra pôde fazer resplandecer a luz a partir das trevas, pode também dar a luz da fé àqueles que a desconhecem.

Dessa forma, a criação é uma obra querida por Deus como um dom que foi dirigido ao homem; como uma herança que lhe é destinada e confiada.

Entretanto, Deus transcende a criação, pois é infinitamente maior que todas as Suas obras. Por ser o Criador soberano e livre, causa primeira de tudo o que existe, Ele está presente no mais intimo das suas criaturas. Segundo as sábias e inspiradas palavras de Santo Agostinho: "Ele é maior do que aquilo que há de maior em mim e mais íntimo do que aquilo que há de mais intimo em mim".

Deus mantém e sustenta a criação, pois não abandona a sua criatura a ela mesma. Não somente lhe dá o ser e a existência, mas também a sustenta a todo instante e lhe dá o livre-arbítrio. Reconhecer esta dependência completa em relação ao Criador é uma fonte de sabedoria e liberdade, de alegria e confiança.

Os estudos sobre Deus (assuntos da Teologia) são elaborados considerando Deus na Unidade da Natureza e na Trindade das Pessoas.

Na Unidade da Natureza, o estudo de Deus é dividido em três partes: a Existência, a Essência e os Atributos. Cada uma destas características existem em Deus ao mesmo tempo e só foram separadas para serem melhor explicadas e compreendidas.

 A Existência

É um artigo de fé e nos abre uma dupla possibilidade de conhecer a Deus: Uma forma natural e uma forma sobrenatural.

 Forma Natural: "Encontra-se Deus por meio da reflexão do mundo e em nós mesmos" (São Paulo).

Uma das maiores comprovações sobre a Existência de Deus é a tendência dos homens pela busca da felicidade. Em cada homem esta necessidade não pode ser satisfeita apenas pelo mundo e pelo seus bens. Portanto, segundo Santo Agostinho, é preciso que haja um bem eterno capaz de satisfazê-la e este bem é Deus.

O conhecimento de Deus pela forma natural baseia-se pelo fato de que como não vemos a Deus, O conhecemos por meio de comparações devido às suas obras, pois não encontramos na Terra a essência de Deus, mas sim suas obras. É através de suas criações que conhecemos que Deus existe, como sua causa.

 Forma Sobrenatural: "Deus é para nós que cremos um 'Deus desconhecido' ainda que à luz da fé o conheçam muito melhor do que à luz da razão" (Santo Tomaz de Aquino).

Segundo esta forma de conhecimento, crê-se em Deus em virtude de uma revelação sobrenatural que é dada por meio da fé. A comunicação de Deus conosco e sua manifestação dá-se por meio das graças.

 A Essência

Estuda o ser de Deus, sendo que a Existência e a Essência são inseparáveis em Deus. A essência de Deus é compreendida através da revelação, onde Deus se revela e se dá conhecer aos homens.

 Os Atributos

São as características através das quais podemos conhecer a Deus e distingui-lo das criaturas. São todas as perfeições existentes em Deus, como por exemplo:

 Deus é UNO: a unidade de Deus é um dogma da Igreja. É entendido como uma unidade do indivíduo levando ao monoteísmo. Este atributo foi mencionado em várias passagens: "Vede que sou Eu somente e não há outro Deus exceto Eu". (Dt 32, 39) "Houve Israel, o Senhor teu Deus é o único Deus". (Mc 12, 29)

 Deus é SIMPLES (PURO): em Deus nada se acrescenta ou se tira. A simplicidade de Deus é entendida como um Deus livre de qualquer multiplicidade e dispersões próprias das outras criaturas. É Deus em sua puríssima espiritualidade. Como exemplo, podemos citar uma passagem onde Jesus atribui a Deus uma figura humana ao chamado PAI e ao mesmo tempo lhe atribui estado e morada acima de tudo o que é material.

 Deus é IMUTÁVEL: Deus foi, é, sempre será o mesmo, com sua perfeição e seu amor sem limites. Segundo Santo Tomaz de Aquino: "Só Deus é".

 Deus é ETERNO: Deus não teve início e não terá fim. "O Senhor é um Deus Eterno que criou os extremos da Terra e que não se cansa nem se esgota". (Is 40, 28

 Deus é ONIPRESENTE: a onipresença de Deus nos oferece a possibilidade de nos unirmos espiritualmente a Ele em qualquer tempo e condição e em qualquer lugar. Deus está sempre conosco. Entretanto, de que serve Deus estar perto de nós se nós estivermos longe Dele? Por isso em sua Bondade Infinita ele nos dá sua Onipresença e nós, com nossa Fé, podemos encontrá-lo sempre que quisermos.

 Deus é ONISCIENTE: Deus tudo sabe. A revelação é a maior prova da onisciência de Deus.

 Deus é ONIPOTENTE: Deus tudo pode. Algumas passagens revelam com exatidão esse atributo de Deus: "Para os homens isto é impossível, mas para Deus tudo é possível". (Mt 19, 25-26) "Pai, tudo Te é possível". (Mt 14, 36)

Quem não se sente pasmo, surpreso, arrebatado, maravilhado, com a observação de um céu estrelado e da imensidão do universo?

Tais coisas nada mais são da que frutos da Onipotência Divina. Quem deu a vida a estes corpos celestes?

Às propriedades e forças?

Quem lhes indicou o caminho e a finalidade?

Baseando-se apenas nessa observação, como se pode recusar inserir-se na harmonia desejada pelo Todo-Poderoso?

1.2 - Jesus Cristo

J

esus significa Deus Salva. Jesus nasceu em Belém, na Judéia, no ano 1 de nossa era. Sua mãe é Maria e seu pai adotivo José. Seus avós maternos foram Joaquim e Ana.

A palavra Cristo do latim Christus ou Christos é semelhante à palavra Messias (em hebraico), que significa Ungido. Portanto, Cristo significa Ungido do Senhor, aquele que recebeu a Unção com óleo. O derrame com óleo sobre a cabeça de alguém significava a consagração de um homem por Deus, como profeta, sacerdote e rei.

A vida de Jesus, seus ensinamentos, obras e palavras foram registradas nos Evangelhos (Evangelho vem do grego Evangelion e significa boa nova, boas notícias). É como foi chamada a mensagem de salvação e de redenção que Jesus trouxe ao mundo.

 O estilo do ensinamento de Jesus.

Na época de Jesus, a palavra escrita ainda não era facilmente disponível para a comunicação em massa. Então, tornava-se essencial que um mestre apresentasse seus ensinamentos de modo a serem claramente compreendidos e memorizados. Isto exigia que o mestre fosse ao mesmo tempo um poeta e um contador de histórias, e Jesus sem sombra de dúvidas, dominava ambos talentos.

As parábolas cheias de vida tirada da natureza ou essência humana são bem conhecidas e constituíram a principal forma de ensinamento de Jesus. Elas incitavam os ouvintes para pensar e descobrir diversos níveis de significados e aplicações.

 Os principais ensinamentos.

Dentro dos ensinamentos propostos por Jesus, existem dois temas predominantes: A Verdade e Realidade e A Compreensão da Pessoa de Jesus.

A Verdade e Realidade: A Realidade que Jesus veio proclamar tem sido traduzida em Reino; Jesus proclamou o Reino de Deus ou o Reino dos Céus. Não apenas proclamou, mas o inaugurou quando deixou claro que "Um novo estado de coisas nasceu para o ser-humano". Muitas foram às parábolas contadas sobre o Reino de Deus; dentre elas Jesus disse: "O Reino dos Céus é como um mercador em busca de pérolas finas que, encontrando uma de grande valor, vai e vende tudo o que tem e a compra".

"O Reino de Deus não vem como sinais que possam ser observados, nem se poderá dizer: 'Eis o Reino aqui' ou 'Lá está o Reino', pois o Reino de Deus está no meio de vocês".

Com este tema, Jesus deixa evidente que temos que estar bem conosco mesmos com nossos irmãos e com Deus, pois senão não podemos viver no Reino dos Céus.

A Pessoa de Jesus: Jesus referiu-se a si mesmo como o Filho do Homem. Essa expressão pode apresentar várias interpretações, mas pode ser compreendida como sendo uma intervenção pessoal de Deus nos assuntos humanos, não tanto através da figura de um mensageiro, mas sim como a do inaugurador de um estado de coisas entre os homens em que o Reino de Deus está efetivamente presente. Uma das passagens em que Jesus se refere ao Filho do Homem: "O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate de muitos".

 Seguir Jesus: o preço

Os Evangelhos contém relatos de um período no qual Jesus passou no deserto em solidão voluntária e onde ele enfrentou e resistiu a diversas tentações. Se o próprio Filho de Deus sofreu tentações quanto mais nós as sofremos!

Entretanto, as tentações de Jesus podem ser vistas por nós como meios fáceis e mesquinhos de se estabelecer o Reino. Quando Jesus reconheceu as tentações como tal, ele viu-se face a face com o único caminho, o da entrega total, sem qualquer recompensa ou retorno: o caminho do Amor puro e sem sentimentalismo.

Jesus não oferecia nenhum atrativo fácil. O preço para ser seu discípulo não haveria de ser alto nem baixo, mas absoluto. Ele usou vários meios para transmitir esse fato simples: usou poemas, parábolas e falou diretamente aos seus discípulos, especificando qual seria o preço para si e, conseqüentemente, para eles.

Jesus era às vezes popular ou não. As autoridades de modo geral desconfiavam dele e o temiam. O povo de Israel não acreditou que Ele era de fato o Messias Prometido, pois esperava alguém glorioso e poderoso politicamente para libertá-los dos romanos; queriam um Messias que lhes desse uma nação livre e poderosa.

Por outro lado; Jesus era movido pelo amor e pela vontade de Deus. O amor exigia uma reação amorosa aos sofrimentos do povo e Jesus com seu poder de cura era clamorosamente ansiado, requisitado. Ele curava porque o amor exigia e pedia aos que curava para agradecerem a Deus e ficarem em silêncio.

Então, seguir Jesus é uma opção e a livre entrega de si é a única expressão de amor que existe; Jesus nos quer por inteiro, sem restrições, sem senão, sem porém. Algumas de suas palavras mostram as atitudes esperadas de um seguidor de Cristo:

"Se alguém esbofeteia sua face direita, volta-lhe também à esquerda; se alguém quer litigar com você para tirar-lhe a túnica, deixe-lhe também a camisa; se alguém o forçar a caminhar uma milha, ande com ele duas".

"Amem aos seus inimigos; façam o bem a quem os odeia; abençoem os que os maldizem; orem pelos que os injuriam".

"Aquele que não toma a sua cruz e me segue não é digno de mim".

Finalmente, analisando a vida de Jesus, constata-se que sua idéia-força, ou seja, o motivo de sua existência era a realização da vontade do Pai. As primeiras palavras de Jesus relatadas no Evangelho quando ele tinha doze anos e estava com os Doutores da Lei foram: "Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?" (Lc 2, 49).

Jesus foi o homem mais autêntico e mais realizado que existiu sobre a face da Terra que fez a vontade do Pai e, portanto fez exatamente o que deveria fazer.

1.3 - Santíssima Trindade

A

Santíssima Trindade é um mistério de um só Deus em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.



Pai que é Deus, que é Amor: somente o Pai que ama respeita a liberdade de seu filho.



Filho que é Jesus Cristo: é o Deus visível que se fez homem, nascendo da Virgem Maria para cumprir a vontade de Deus de libertar os homens do pecado. Jesus é Deus e as principais provas são:

O próprio Jesus diz-se Deus (Jo 10, 30 ; Jo 14, 7 e Lc 22, 67-70).

Os milagres eram feitos pelo próprio Jesus, e não por meio de Jesus.

Espírito Santo que é o Amor do Pai e do Filho que nos é comunicado e transmitido. Segundo o CREDO, Jesus foi concebido pelo Poder do Espírito Santo, nascido da Virgem Maria. Maria foi então convidada a conceber Jesus e a concepção de Jesus foi obra do poder do Divino Espírito Santo: "O Espírito virá sobre Ti..." A missão do Espírito Santo está sempre conjugada e ordenada à do Filho, ou seja, toda a vida de Jesus manifesta a vontade do Pai que por sua vez é manifestada pelo Espírito Santo.

Um fato dos Evangelhos é que os Apóstolos estavam com muito medo após a morte de Jesus. Foi a descida do Espírito Santo sobre eles que os transformou radicalmente e deu coragem para que saíssem anunciando o Evangelho. O mesmo Espírito Santo que deu forças aos apóstolos e mártires é recebido no sacramento da Crisma, e aí está a importância deste sacramento no fortalecimento da Fé e na profissão do Cristianismo de cada um.

 O Dogma da Santíssima Trindade.

A Trindade é Una; não professamos três deuses, mas um só Deus em três Pessoas. Cada uma das três Pessoas é a substância, a essência ou a natureza divina, As pessoas divinas são distintas entre si pela sua relação de origem: o Pai gera; o Filho é gerado; o Espírito Santo é quem procede. Ou seja, ao Pai atribui-se a criação ao Filho atribui-se a Redenção e ao Espírito Santo atribui-se a Santificação.

Resumindo, o mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. Só Deus pode nos dar a conhecer, revelando-se como Pai, Filho e Espírito Santo.

Pela graça do Batismo "Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" somos chamados a compartilhar da vida da Santíssima Trindade, aqui na Terra na obscuridade de nossa fé e para além da morte, na luz eterna. Pela Confirmação ou Crisma, como o próprio nome diz, somos chamados a confirmar essa fé ora recebida para que, além de vivermos segundo a Palavra de Deus, darmos testemunho dela e levá-la por toda à parte.

1.4 - Fé

A

Fé não é apenas uma simples crença em algo superior, mas é uma adesão pessoal a um Deus pessoa que exige compromisso. O homem é livre para decidir se aceita ou não a Deus e ao seu convite. Ao aderir a Deus e exercer a fé, o homem assume o desafio da fé, aceitando também os Mandamentos, a vivência sacramental e a fidelidade aos ensinamentos do evangelho. A partir daí, o homem passa a ter um compromisso que irá orientar toda a sua vida.

Como exemplo de homem de fé, pode-se citar Abraão, que baseou sua vida e sua caminhada, bem como suas aspirações, na promessa de Deus, quando a pedido de Deus saiu de sua terra em busca do local prometido por Deus (Gn 12, 1-12) ou ainda quando Deus o provou pedindo-lhe seu único filho em sacrifício (Gn 22, 2).

Seguir a vontade de Deus não é escravidão, mas sim liberdade. Quanto mais aceitamos Deus em nossa vida, mais livres somos, e só podemos aceitar Deus sem qualquer limite quando temos fé.

A mensagem de Jesus demonstra que a fé é o princípio da vida religiosa. Cristo começa sua pregação exigindo a fé de seus ouvintes: "Convertei-vos e crede na Boa-Nova" (Mc 1, 15). A norma de salvação é acreditar no Evangelho e ser adepto de Cristo.

A fé então é um encontro com Cristo. É uma aceitação tão plena Dele que vai nos transformando Nele. Acreditar em Deus é colaborar no seu plano de crescimento, respeitando suas leis. Aceitar a Deus é confiar Nele, acreditar em Seu amor por nós e deixar que Ele aja em nós.

A fé não se mede pela inteligência e não é um sentimento ou uma tradição. No dia-a-dia, a fé é aquela entrega incondicional e amorosa de si a Deus Pai, Filho e Espírito Santo:

Nos entregamos ao Pai porque somos suas criaturas;

Nos entregamos ao Filho para seguir seus exemplos e viver como filhos de Deus;

Nos entregamos ao Espírito Santo para que Ele nos impulsione e estimule na prática do bem.

Crer é dizer sim a Deus e confiar Nele de maneira absoluta; e a fé nos compromete a realizar em nós, momento por momento, a vontade de Deus como ela se manifesta, assim como fez Jesus Cristo. Dizer-se cristão, fazer promessas, freqüentar eventos religiosos, usar distintivos, não é necessariamente sinal de Fé. Para responder e refletir:

Quem é Deus para você?

Quais são os atributos de Deus? O que significam?

No dia-a-dia é possível notar a presença de Deus? Como?

Como atuar o mandato de Jesus: “Tome sua cruz e siga-me” nos dias de hoje?

Quem é Jesus Cristo para você?

Quem é o Espírito Santo para você?

O que você espera da Crisma? Você já pensou se precisa ou em que precisa mudar sua vida?

Você já sentiu a presença do Espírito Santo em sua vida? Quando?

Procure notar quantas vezes em uma Missa, o celebrante pronuncia a palavra Espírito Santo. Por que?

O que é ter fé? Tenho fé?

2. BÍBLIA

2.1 - Um Livro escrito em mutirão

H

oje qualquer pessoa tem acesso ao Livro mais famoso do mundo: a Bíblia Sagrada. Ela já foi traduzida para todas as línguas (aproximadamente em 1685 idiomas).

A Bíblia foi escrita por partes e em diversas etapas. Começou a ser escrita, mais ou menos, pelo ano 1250 antes de Cristo - no tempo de Moisés - quando o faraó Ramsés II governava o Egito. A última parte da Bíblia foi escrita no final da vida do evangelista e apóstolo São João, por volta do ano 100 depois de Cristo. Portanto, foram necessários 1350 anos para a Bíblia ser escrita.

O Museu Britânico e a Biblioteca do Vaticano guardam as cópias mais antigas da Bíblia.

2.2 - No que foi escrita a Bíblia?

N

o tempo que foi escrita a Bíblia não existia papel como hoje, muito menos as máquinas impressoras. A Bíblia foi escrita à mão, e em diversos materiais, como cerâmica, papiro e pergaminho.

CERÂMICA: conhecida como a arte mais antiga da humanidade. O barro servia para fazer desde vasos, até chapas, nas quais se escrevia. Muitos textos bíblicos foram escritos nesses " tijolos".

PAPIRO: planta originária do Egito. Nascia e crescia espontaneamente às margens do Rio Nilo, chegando até a altura de 4 metros. Do Egito o papiro passou para a Síria, Sicília e Palestina (onde foi escrita a Bíblia). Do papiro era feita uma espécie de folha de papel para nela se escrever. Seu caniço era aberto em tiras e prensado ainda úmido. O papiro era ainda usado na fabricação de barcos e cestos. Dizem que 3.000 a.C os egípcios já escreviam no papiro. Tais folhas eram escritas só de um lado e depois guardadas em rolos. Daí que veio a palavra BÍBLIA. A folha tirada do caule do papiro chamava-se BIBLOS.

BIBLOS  Livro (plural de Biblos = BÍBLIA)

BÍBLIA  os livros ou coleção de livros.

PERGAMINHO: feito de couro curtido de carneiro. Começou a ser usado como "papel" na cidade de Pérgamo, pelo rei Éumens II 200 a.C. Pérgamo era uma importante cidade da Ásia Menor. Os egípcios, com inveja da grande importância da biblioteca de Pérgamo, não quiseram mais vender papiro para os moradores daquela cidade. Por isso, o rei de Pérgamo se viu obrigado a usar outro material para a escrita, que foi a pele de ovelha. O pergaminho se espalhou rapidamente para outras regiões.

Os pergaminhos, assim como as folhas de papiro, não eram "encadernados" num livro como fazemos hoje. Os antigos ligavam umas folhas às outras e faziam "rolos".

2.3 - Como a Bíblia está dividida e em que língua foi escrita?

A

Bíblia divide-se em duas (2) grandes partes: Antigo Testamento (AT) e Novo Testamento (NT).

ANTIGO TESTAMENTO: é formado por 46 livros escritos antes de Cristo. Todo o Antigo Testamento foi escrito em hebraico ou aramaico, menos o Livro da Sabedoria, I e II Macabeus e trechos dos Livros de Daniel e de Ester, que foram escritos em grego.

NOVO TESTAMENTO: formado por 27 livros que contam a vida de Jesus e a formação da Igreja. O Novo Testamento foi escrito em grego, menos o Evangelho de São Mateus que foi escrito em aramaico.

Portanto a Bíblia é formada por 73 livros. Sendo 46 Livros no AT + 27 Livros no NT

Bíblia = Livros

O hebraico era uma língua do Povo Hebreu ou Povo de Deus. Era especialmente religiosa;

O aramaico era uma língua usada no meio diplomático.

No tempo de Jesus já não se usava mais o hebraico e sim o aramaico.

Na Bíblia a palavra TESTAMENTO tem o sentido de ALIANÇA  ANTIGA ALIANÇA e NOVA ALIANÇA.

Toda a Bíblia gira em torno da Aliança que Deus fez com seu povo.

ALIANÇA - é um contrato muito especial. Um pacto de amor entre as pessoas. Um compromisso de fidelidade entre Deus e os homens.

No Antigo Testamento essa Aliança foi selada com um sinal visível.

Ex: Decálogo  Dez Mandamentos.

A Aliança foi gravada na pedra e selada com o sangue dos animais.

No Novo Testamento a Nova Aliança é gravada no Espírito e selada com o Sangue de Jesus. A Nova Aliança ao contrário da Antiga Aliança que era feita somente com o Povo de Israel, é uma Aliança Universal, aberta a todos os homens que aceitam a proposta da Salvação trazida por Jesus.

A Antiga Aliança é a promessa; a Nova é a sua realização. Cristo é a plena realização da Antiga e Nova Alianças. Ele é o "Alfa" e o "Ômega" (Alfa e Ômega são a primeira e a última letra do alfabeto grego). Significa que Jesus é o começo e fim de todas as coisas.



2.4 - "Muitos Livros" num só Livro

A

Bíblia é um livro de volume único, que reúne muitos assuntos diferentes. A cada um desses assuntos dá-se o nome de Livros. Exemplo: há um trecho da Bíblia que fala da saída do povo de Deus do Egito - Livro do Êxodo (a palavra Êxodo significa saída).

De onde é tirado o nome ou o título do livro: O nome é tirado de diversos lugares e de vários modos:

 Assunto contido no Livro. Ex: Livro da Sabedoria;

 Nome do autor do Livro. Ex: I Carta de São Pedro;

 Nome da comunidade para a qual o Livro foi escrito. Ex: Carta aos Romanos;

 Nome do personagem central em torno do Livro. Ex: Livro de Josué.

2.5 - Bíblia, o Livro inspirado por Deus.

O

principal Autor da Bíblia é DEUS. Os escritores sagrados (homens) registraram suas experiências de fé e de vida, inspirados por Deus. Antes desses Livros serem registrados - TRADIÇÃO ESCRITA - tais experiências eram passadas oralmente de geração em geração - TRADIÇÃO ORAL.

"Toda a Escritura é inspirada por Deus

e útil para ensinar e para convencer, para corrigir

e para educar na justiça, a fim de que o homem

de Deus seja perfeito e preparado para as boas obras."

(2 Tm 3, 16-17)".

HAGIÓGRAFO: é aquele que escreve a Palavra de Deus. Ele é inspirado pelo Espírito Santo.

Quando falamos em Livros Inspirados, entendemos aqueles Livros que formam a Bíblia Sagrada. São os 73 Livros, reconhecidos oficialmente pela Igreja como tais. São chamados Livros Canônicos. Essa inspiração para escrever Livros da Bíblia já foi encerrada no tempo dos Apóstolos. Agora não se acrescenta mais nenhum Livro.

LIVROS APÓCRIFOS: São os Livros não inspirados. Também não quer dizer que sejam falsos. São até piedosos e edificantes. Seus escritos estão misturados com lendas e muita imaginação. Não fazem parte dos Livros Canônicos.

2.6 - Modo de falar dos hebreus

P

recisamos ter bem claro que os escritores da Bíblia eram pessoas simples, diferentes dos gregos e latinos, que eram desenvolvidos na filosofia e usavam uma linguagem racional. O povo de Deus usava uma linguagem bem concreta, personificando seu pensamento.

Ex: "humanidade" = carne (Gn. 6, 12); Para dizer que a mulher tinha a mesma natureza humana do homem, Adão se expressou com esta linguagem: (Gn 2,23) - "Eis agora aqui, o osso de meus ossos e a carne da minha carne".

Quem não leva em conta essas coisas próprias da língua do povo que escreveu a Bíblia, não vai entender a Palavra de Deus.

2.7 - A palavra "irmão" e os hebraísmos

O

s orientais gostavam muito de usar provérbios. Recorriam as hipérboles (expressões exageradas).

Ex: "É mais fácil um camelo passar no fundo de uma agulha, do que um rico entrar no reino dos céus".( Mt. 19, 24).

Outra coisa que precisamos entender são os "HEBRAÍSMOS", ou seja, certas expressões próprias da língua hebraica que não tem tradução em outras línguas. Ex: alguém ama uma pessoa mais que a outra - ama uma pessoa e odeia a outra (Lc. 14, 26).

Precisamos notar também a palavra "IRMÃO". No hebraico não existem as palavras "primos, tio, tia, sobrinhos, etc." Qualquer parentesco usa-se a palavra Irmão.

Ex: Mt. 13, 55-56; Mt. 12, 48; Gn. 11, 27-28; Gn. 13, 8

2.8 - Formas literárias da Bíblia

P

ara entendermos qualquer Livro da Bíblia, precisamos saber a que gênero literário pertence, ou seja, a forma de literatura usada para escrever. Forma literária é o conjunto de regras e expressões usadas para escrever tal tipo de Livro. Os gêneros literários que se encontram na Bíblia são os seguintes:

Tratados Religiosos: Com aparência de narração histórica, apresentam verdades religiosas. Não podem ser entendidos como história propriamente dita. Ex. Gn. 1 a 11.

História Popular: é quando mistura um pouco de história verdadeira com elementos de fantasia. Trata-se de um modo de ensinar a religião.

Histórias Descritivas: Possui uma finalidade religiosa, mas os personagens e os fatos são todos verdadeiros, documentados pela história.

Gênero Didático: São Livros que trazem instruções religiosas ou morais. Fazem recomendações e dão orientações de vida.

Gênero Profético: Apresentam a Palavra de Deus através dos profetas, que advertem, repreendem e encorajam o Povo de Israel diante da realidade em que vive.

Gênero Apocalíptico: São visões proféticas sobre a sorte do Povo de Deus.

Gênero Poético: Apresenta a Palavra de Deus à maneira de poesia, usando, portanto, de maior liberdade e recurso literário.

Gênero Jurídico: é a Palavra de Deus apresentada sob a forma de Lei. É um modo de escrever bem diferente daquele usado na poesia.

Gênero Epistolar: "Epistola" é uma palavra latina que significa carta. O gênero epistolar traz a Palavra de Deus à maneira de Cartas dirigidas a certas comunidades ou pessoas.



2.9 - O significado dos números na Bíblia

N

a mentalidade dos povos antigos, os números tinham um sentido simbólico. Muitas vezes significavam qualidade e não quantidade. Os orientais não sabiam falar sem recorrer ao simbolismo dos números e dos provérbios. Assim, por exemplo, para dizer que uma pessoa era virtuosa e abençoada por Deus, a Bíblia diz que tal pessoa viveu uma grande soma de anos.



Os números ímpares eram sempre mais perfeitos que os pares. Pelo fato de serem mais facilmente divisíveis, os números pares eram inferiores, pois davam a idéia de coisa fraca. Os números simbólicos mais freqüentes na Bíblia são: UM, TRÊS, SETE, DEZ e DOZE. O Dez e o Doze não são ímpares, mas tinham uma razão especial para entrar na lista dos números simbólicos.

 UM: era o número perfeito por excelência, por ser o primeiro ou origem dos outros números.

TRÊS: era número perfeito por ser o primeiro composto de ímpar, e por representar o triângulo, que era uma figura perfeita, com três faces iguais.

 SETE: o mais significativo na linguagem bíblica. Começa por isto: Deus fez o mundo em sete dias (Gn. 1, 1-31; 2, 1-2). Indicava perfeição e totalidade.

Quando Pedro perguntou a Jesus se deveria perdoar o irmão até sete vezes, o Senhor respondeu-lhe: - "Não te digo até sete, mas até setenta vezes sete" (Mt. 18,21-22). O perdão deve ser completo - infinitamente.

 DEZ: entrou na lista dos números perfeitos, apesar de não ser ímpar, porque dez são os dedos das mãos. E essa era a maneira primitiva de se contar.

 DOZE: era um número simbólico porque o ano divide-se em 12 meses. Indica plenitude e perfeição. As tribos de Israel eram doze (Gn 35, 22-26). Os Apóstolos eram doze (Mt 10,1-5). O número dos eleitos era 144 mil, sendo doze mil de cada uma das tribos de Israel (Ap.7,4-8).

2.10 - Nome de Deus na Bíblia

Q

uando Jesus nasceu, foi-lhe dado um nome. Antes disso, não se encontra na Bíblia nenhum lugar onde se dê um nome a Deus. Mesmo quando Moisés perguntou a Deus qual era o Seu Nome, Deus não lhe disse qual o Seu Nome. Mas usou de expressão em lugar do nome.

Para o Povo de Deus o nome não era apenas uma palavra externa com a qual chamamos alguém. O nome possuía um conteúdo interior. Deveria significar aquilo mesmo que a pessoa era no íntimo de seu ser. Daí a dificuldade de se chamar Deus por um nome. Quem poderia penetrar o íntimo divino?

Na Bíblia encontramos certas expressões que designavam a Pessoa Divina. Eis as mais conhecidas:

 Elôhim: é o plural de "El" O SENHOR.

 ADONAI: quer dizer MEU SENHOR ou MEU DEUS.

 ELYON: significa a parte mais alta de um lugar. É usada para dizer O DEUS ALTÍSSIMO.

 SADDAI: palavra que significa O TODO PODEROSO.

 JAVÉ: (Jaheweh) quer dizer: EU SOU AQUELE QUE SOU.

 Jeová: é uma tradução errada de "Yahweh".Os judeus tinham excesso de respeito com o nome de Deus. O segundo mandamento do Decálogo (10 mandamentos) não permitia que se pronunciasse o nome de Deus em vão. Então por medo de usar indevidamente um nome tão sagrado, os judeus passaram a escrever "Javé" somente com as quatro consoantes, sem as vogais. Então ficou YHWH. Mais tarde, colocaram as vogais da palavra Adonai e surgiu " Yehowah" ( Jeová ) em lugar de Yaheweh ( Javé ). Quer dizer DEUS.







2.11 - Como estão agrupados os Livros na Bíblia

ANTIGO TESTAMENTO - 46 Livros

Pentateuco Livros históricos Livros sapienciais Livros proféticos

1. Gênesis - Gn 1. Josué - Js 1. Jó - Jo 1. Isaias - Is

2. Êxodo - Ex 2. Juízes – Jz 2. Salmos - Sl 2. Jeremias - Jr

3. Levítico - Lv 3. Rute - Rt 3. Provérbios - Pr 3. Lamentações - Lm

4. Números - Nm 4. I Samuel - I Sm 4. Eclesiastes - Ecl 4. Baruc - Br

5.Deuteronômio - Dt 5. II Samuel - II Sm 5. Cânt. dos Cânticos - Ct 5. Ezequiel - Ez

6. I Reis - I Rs 6. Sabedoria - Sb 6. Daniel - Dn

7. II Reis - II Rs 7. Eclesiástico - Eclo 7. Oséias - Os

8. I Crônicas - I Cr 8. Joel - Jl

9. II Crônicas - II Cr 9. Amós - Am

10. Esdras - Esd 10. Abdias - Ab

11. Neemias - Ne 11. Jonas - Jn

12. Tobias - Tb 12. Miquéias - Mq

13. Judite - Jt 13. Naum - Na

14. Ester - Est 14. Habacuc - Hab

15. I Macabeus - I Mc 15. Sofonias - Sf

16. II Macabeus - II Mc 16. Ageu - Ag

17. Zacarias - Zc

18. Malaquias - Ml



NOVO TESTAMENTO - 27 Livros

Evangelhos Escritos de Lucas Cartas de São Paulo Epístolas Católicas Escritos de João

1. Mateus - Mt 1. Atos dos Apóstolos - At 1. Romanos - Rm 1. Tiago - Tg 1. Apocalipse - Ap

2. Marcos - Mc 2. I Coríntios - ICor 2. I Pedro - I Pd

3. Lucas - Lc 3. II Coríntios - II Cor 3. II Pedro - II Pd

4. João - Jo 4. Gálatas - Gl 4. I João - I Jo

5. Efésios - Ef 5. II João - II Jo

6. Filipenses - Fl 6. III João - III Jo

7. Colossenses - Cl 7. Judas - Jd

8. I Tessalonicenses - I Ts

9. II Tessalonicenses - II Ts

10. I Timóteo - I Tm

11. II Timóteo - II Tm

12. Tito - Tt

13. Filemôn - Fm

14. Hebreus - Hb



 PENTATEUCO

É uma palavra grega que significa "cinco livros". O Pentateuco reúne os cinco primeiros livros da Bíblia. O Pentateuco era também chamado de Torá = Lei.

Gênesis: palavra grega que significa origem. Narra as origens do mundo e do homem e a formação do Povo de Deus e a história dos Patriarcas.

Êxodo: palavra latina, que significa saída. Trata da saída do Povo de Deus do Egito, a passagem pelo Mar Vermelho; fala dos Dez Mandamentos e a caminhada do Povo à Terra Prometida.

Levítico: Levi era um dos doze descendentes de Jacó. É um Livro que trata das leis sobre o culto divino.

Números: chama-se Números por causa dos recenseamentos e séries de números neles contidos. Narra a parte final da caminhada do Povo de Deus pelo deserto, do Sinai até a Terra de Canaã.Fala das lutas que os israelitas enfrentaram perante os povos que ocupavam as fronteiras da Palestina ou Terra Prometida.

Deuteronômio: Deuteronômio quer dizer Segunda Lei. São Leis que deveriam ser obedecidas quando o Povo entrasse na Terra Prometida.

 LIVROS HISTÓRICOS

Contam a história do Povo de Deus. Uma história feita de bênçãos e de castigos, mostrando sempre a fraqueza do homem e a misericórdia de Deus. Essa história tem como cenário a Palestina e os períodos de exílio nas terras pagãs.

Josué: Com a morte de Moisés, Josué conduz o Povo de Israel até Canaã. O Livro narra a conquista da Terra Prometida.

Juízes: Depois da morte de Josué até a Constituição do Reino, as Tribos de Israel eram invadidas por povos inimigos. Então certos líderes defendiam o povo. Tais chefes eram chamados de Juízes. Não se sabe quem escreveu este Livro.

Rute: Conta a história de Rute, que se casa com Booz. Rute é modelo de piedade e de fidelidade. Ela se torna bisavó do rei Davi. Rute era estrangeira – maobita – por isso é sinal de que a salvação de Deus se estende a todos os povos.

I Samuel: Foi o último Juiz de Israel. Foi também um grande Profeta. Consagrado a Deus desde a infância, foi educado pelo sacerdote Eli. Pelo ano de 1200 a.C Samuel unifica as Tribos de Israel para poder enfrentar os filisteus. Como chefe político e religioso, unge Saul como Rei de Israel.

II Samuel: O Livro de Samuel foi dividido em dois. Este segundo Livro narra o reinado de Davi.

I Reis: Conta a história dos israelitas depois da morte do rei Davi (970 a.C) até a destruição de Jerusalém e a deportação do Povo de Israel por Nabucodonosor, no ano 587 a.C.

II Reis: Este Livro narra a história dos reis de Israel e Judá, mostrando os desígnios de Deus.

I Crônicas: Também chamado de “Paralipômenos”, formavam uma só obra com os Livros de Neemias e de Esdras.

II Crônicas: Mostram o culto e a fidelidade do povo de Israel à Aliança.

Esdras: É a continuação do Livro das Crônicas. Supõe-se que o autor seja o mesmo. Conta a restauração religiosa de Israel em 538 a.C, quando Ciro, rei da Pérsia, autorizou a volta dos judeus para Jerusalém.

Neemias: Forma um só Livro com Esdras. Assim que os judeus regressaram a Jerusalém, começaram a reconstrução do Templo e do Muro de Jerusalém.

Tobias: Tobias é exemplo de um israelita justo. É um Livro que mostra a fé e a piedade deste jovem.

Judite: Mostra que a fé e a confiança em Deus são mais forte que um exército armado.Judite é a jovem israelita fiel a Lei. Ela defende seu povo, acreditando na bondade de Deus.

Ester: Forma uma unidade com o Livro de Judite. Ambos tem a mesma finalidade. A rainha Ester era esposa de Assuero, rei da Pérsia. E ela intercede e salva seu povo, os judeus estabelecidos na Pérsia, onde eram duramente hostilizados.

I Macabeus: Abrange um período de 40 anos. Conta a lutas empreendidas pelos Macabeus contra os generais sírios, em defesa de Jerusalém. “Macabeu” quer dizer “martelo”. Eram 5 irmãos, filhos do sacerdote Matatias.

II Macabeus: Foi escrito aproximadamente no ano 100 a.C. Mostra a crença na imortalidade da alma.

 LIVROS SAPIENCIAIS

Falam da sabedoria dos homens e da experiência do amor de Deus na vida da comunidade. Estes Livros contêm orações, cânticos e poesias, escritos e vividos à luz da fé.

Jó: Apresenta o problema do sofrimento num estilo poético. Esse Livro trata-se, provavelmente, de uma parábola.

Salmos: Salmos quer dizer “Louvores”. São poesias para serem cantadas. Ao todo são 150 salmos. Boa parte foi composta pelo rei Davi.

Provérbios: Parte deste Livro foi escrita pelo rei Salomão – filho do rei Davi. O autor fala de um Deus criador e justo, misericordioso e inefável.

Eclesiastes: Não se sabe ao certo quem o escreveu. Mostra a instabilidade e a insegurança da vida presente, mas também muitas coisas boas que vem de Deus.

Cântico dos Cânticos: Significa: “O canto por excelência” ou “O mais belo dos cânticos”. É um cântico de amor, bem no estilo oriental. Toma como exemplo o amor do esposo e da esposa, mas quer mostrar o amor de Deus com o seu Povo, com quem fez uma Aliança.

Sabedoria: Foi escrito por um judeu que morava no Egito. O nome do autor não se sabe. Fala da imortalidade da alma e do destino eterno do homem.

Eclesiástico: Conhecido também como “Sirac”. Foi escrito mais ou menos no ano 120 a.C. Mostra o valor estável da Lei de Deus.

 LIVROS PROFÉTICOS

Profeta não é uma pessoa que prevê o futuro, mas uma pessoa que fala em nome de Deus.

Isaías: É o maior profeta de Israel. Nasceu em Jerusalém por volta do ano 760 a.C. Com 20 anos começou a profetizar. Exerceu essa missão durante 50 anos. É o profeta da Justiça.

Jeremias: Nasceu no ano 650 a.C. Profetizou durante quarenta anos. Foi o profeta das desgraças. Predisse a deportação dos judeus. Jeremias lutou pela reforma religiosa de Israel.

Lamentações: Composto nos anos após a destruição de Jerusalém, em 586 a.C. Contém orações, lamentações e súplicas. Este Livro era lido anualmente pelos judeus, no aniversário da destruição do Templo.

Baruc: O profeta exorta o povo a fazer penitência. Baruc quer dizer “abençoado”. Foi secretário de Jeremias.

Ezequiel: Ezequiel quer dizer “aquele que Deus faz forte”.Exerceu sua função no meio dos judeus deportados para a Babilônia.

Daniel: O autor do Livro é desconhecido. Daniel é o nome do personagem ideal que sofre no exílio. Tem fé viva e ardor patriótico. Foi escrito durante a perseguição de Antíoco, entre 167-163 a.C. O autor pretende consolar e animar os que são perseguidos pelo rei.

Oséias: Exerceu seu ministério por volta do ano 750 a.C. Fala da infidelidade de Israel para com seu Deus, e compara a união de Deus com seu povo ao amor de um noivado. É o profeta da Ternura de Deus. É chamado de Profeta Menor.

Joel: Profetizou no reino de Judá e Jerusalém, onde nasceu. Fala do culto divino e do amor Divino. É chamado de Profeta Menor.

Amós: Era camponês, de alma simples e fervorosa.Pastor de ovelhas nas proximidades de Belém. Profetizou durante o reinado de Jeroboão II. Amós condenou as injustiças sociais que massacraram a Samaria. É chamado de Profeta Menor.

Abdias: Profetizou pelos anos 550 a.C. Anunciou castigos contra Edom e o triunfo de Israel no dia de Javé. É chamado de Profeta Menor.

Jonas: O Livro deve ser uma espécie de parábola. Mostra que Deus chama à conversão, não somente os judeus, mas também os pagãos. É chamado de Profeta Menor.

Miquéias: Nasceu perto de Hebron. Anunciou a ruína da Samaria. Predisse que o Messias nasceria em Belém. É chamado de Profeta Menor.

Naum: O profeta fala da grandeza de Deus e do poder com que o Criador governa o mundo. Alegra-se com a queda de Nínive, que se deu no ano 608 a.C. É chamado de Profeta Menor.

Habacuc: Profetizou entre os anos 625 a 598 a.C. Predisse a invasão dos caldeus. Foi um profeta filósofo. Anunciou que Deus salvaria os justos e puniria os maus. É chamado de Profeta Menor.

Sofonias: Profetizou no reinado de Josias pelo ano de 625 a.C. Predisse a justiça divina, anunciando o Dia de Deus, ocasião em que serão punidos todos os maus, pagãos ou judeus. Fala também da felicidade dos tempos messiânicos. É chamado de Profeta Menor.

Ageu: Exerceu seu ministério em Jerusalém no ano de 520 a.C, quando era reconstruído o templo. Anima o povo com esperança dos tempos messiânicos. Ageu quer dizer “aquele que nasceu durante a festa” ou “peregrino”. É chamado de Profeta Menor.

Zacarias: É contemporâneo de Ageu. Prega uma reforma moral e exorta o povo a reconstruir o templo. Fala da vinda do Messias e da conversão das nações. É chamado de Profeta Menor.

Malaquias: Malaquias quer dizer “meu mensageiro” Fala do amor de Deus pelo seu povo. Denuncia as infidelidades do povo. É chamado de Profeta Menor.

 EVANGELHOS

O Evangelho é um só. Quando falamos em quatro Evangelhos, estamos nos referindo às quatro redações do mesmo Evangelho, feita por quatro Evangelistas diferentes e datas diversas. É neste sentido que podemos dizer Evangelho de São Mateus, São Marcos, São Lucas e São João. Os três primeiros são mais semelhantes entre si. Narram quase sempre os mesmos fatos. Por isso, são chamados SINÓTICOS.

Os Evangelistas não pretendem escrever uma biografia de Jesus. Seu objetivo principal é provar que em Jesus, cumpriram-se todas as profecias a respeito do Messias. Por isso, a preocupação dos Evangelistas é mostrar a divindade de Jesus e a Sua missão divina. O conteúdo principal da pregação de Jesus é o “Reino de Deus”.

















EVANGELHO - Boa Nova ou Boa Notícia.

1. Mateus: é representado pela figura de um Homem, porque começou a escrever seu Evangelho dando a genealogia de Jesus. Mateus é um nome hebraico que significa “dom de Deus”. Mateus era cobrador de impostos em Cafarnaum, por isso se intitulava “Mateus o publicano”. Era também chamado Levi. Foi convidado pessoalmente por Jesus para ser discípulo. O Evangelho de Mateus é dirigido aos judeus convertidos e quer mostrar que Jesus de Nazaré é o herdeiro das promessas feitas por Deus a Davi. Portanto, Jesus é o Messias anunciado pelos profetas.



2. Marcos: é representado pela figura de um Leão, porque começou a narração de seu Evangelho no deserto, onde mora a fera Era também chamado de João Marcos. Marcos era primo de Barnabé e discípulo de Pedro. Redigiu o Evangelho a partir das pregações de Pedro. Põe em evidência os milagres de Jesus, pois pretende mostrar a bondade do Senhor e a sua divindade. Seu Evangelho se dirige aos cristãos vindos do paganismo (gregos e romanos).

3. Lucas: é representado pelo Touro, porque começa o Evangelho falando do templo, onde eram imolados os bois. Lucas nasceu em Antioquia da Síria, de família pagã. Converteu-se por volta do ano 40. Estudou Medicina. Não foi discípulo de Jesus, mas de Paulo. Lucas escreveu o Evangelho como historiador. Talvez pelo ano 67 d.C. Dirige seu Evangelho aos cristãos de origem pagã (gregos e romanos). O objetivo de seus escritos é o fortalecimento na fé. É o evangelista que mais fala do nascimento e da infância de Jesus. Dá destaque especial a misericórdia de Deus.



4. João: é representado pela Águia, por causa do elevado estilo de seu Evangelho, que fala da Divindade e do Mistério Altíssimo do Filho de Deus. É filho de Zebedeu e Salomé. Era pescador do Mar da Galiléia, por onde Jesus passou e o chamou para ser Apóstolo, juntamente com Tiago, seu irmão. João era chamado o “discípulo amado”. Começou a seguir Jesus quando tinha 19 anos e foi testemunha de toda a missão do Senhor.Fala da “vida eterna” como realidade já presente na terra, na Pessoa de Jesus. João escreve aos cristãos.

 ATOS DOS APÓSTOLOS

Conta como tiveram origem e como eram as primeiras comunidades da Igreja. Mostra as lutas e dificuldades da Igreja nos seus primeiros anos. Destaca, logo no início a pregação e o testemunho dos Apóstolos sobre a Ressurreição do Senhor. O Livro dos Atos é uma continuação do terceiro Evangelho (Lucas) As duas personagens de destaque no Livro dos Atos são os Apóstolos Pedro e Paulo. O livro dos Atos salienta a ação do Espírito Santo na vida da Igreja. Foi escrito entre os anos 70 a 80 d.C. Apresenta a experiência vivida pela Igreja primitiva, com aqueles quatros pontos fundamentais para a vida da Igreja:

Quérigma: é o primeiro anúncio do Evangelho ou chamado à conversão.

Catequese: educação na fé ou aprofundamento no conhecimento da Palavra de Deus.

Vida em Comunidade: experiência muito forte onde partilhavam os bens, a oração era em comum e a participação na Eucaristia.

Missão: Missão Apostólica – exercício do poder que os Apóstolos receberam de Jesus.

 EPÍSTOLAS

São 21 as Cartas ou Epístolas. As 14 primeiras são chamadas Epístolas Paulinas; as 7 restantes, chamadas Epístolas Católicas.

 EPÍSTOLAS PAULINAS:

Romanos: Carta que São Paulo escreveu a uma Comunidade Cristã de Roma, no ano de 57 d.C. Fala das conseqüências do pecado e que o homem é salvo pela fé em Jesus Cristo, por pura misericórdia de Deus.

I Coríntios: São Paulo escreveu de Éfeso aos cristãos da cidade de Corinto, no ano 55 d.C, para repreendê-los quanto aos abusos e disputas que surgiram na comunidade. Prega a humildade, inspirada na cruz de Jesus. Recomenda a caridade

II Coríntios: Seis meses depois São Paulo escreve a segunda carta. Manifesta suas tribulações e esperanças.

Gálatas: Escreveu nos anos 48 ou 56 d.C a uma comunidade da Galácia, para resolver problemas surgidos por causa dos judeus convertidos, que quiseram impor sua lei judaica aos cristãos vindos do paganismo.

Efésios: Escreveu quando estava preso em Roma, nos anos 61 a 63 d.C. Recomenda unidade dos cristãos.

Filipenses: Também estava preso. A carta tem um cunho muito pessoal. Manifesta alegria e afetividade.

Colossenses: Fala do mistério de Cristo e da Igreja e acrescenta uma série de conselhos morais aos cristãos que vivem uma vida nova em Jesus Cristo.

I Tessalonicenses: é a carta mais antiga que São Paulo escreveu. Foi por volta do ano 50 d.C. Fala da alegria que sente ao saber da felicidade deles e de poder contar com seu progresso espiritual.

II Tessalonicenses: Adverte os fiéis a respeito das falsas idéias sobre a volta gloriosa de Jesus.

I Timóteo: É uma carta dirigida aos bispos aos quais São Paulo dá normas de pastoral. Timóteo é seu discípulo e companheiro de viagem.

II Timóteo: Dá normas de vida para homens, mulheres, diáconos e Bispos. Fala também como devemos tratar as viúvas, os anciãos e os escravos.

Tito: Tito é um grego, colaborador de Paulo. Nesta carta orienta a respeito de como organizar as comunidades cristãs na ilha de Creta.

Filemôn: é uma carta curtinha. Dirigida a um cristão rico de Colossos, cujo escravo fugitivo tinha vindo procurar proteção junto a Paulo. Pede que perdoe o escravo arrependido e convertido ao cristianismo.

Hebreus: Talvez esta carta não tenha sido escrita por Paulo. As idéias são suas, mas o estilo é bem diferente. É dirigida aos judeus que receberam o batismo e sofrem por deixar o templo e a sinagoga.

 EPÍSTOLAS CATÓLICAS (católica significa “universal”)

Tiago: Também chamado de “irmão do Senhor” é o Tiago Menor, filho de Alfeu. Foi bispo de Jerusalém. A carta tem a espiritualidade do Sermão da Montanha. Traz conselhos para a vida moral. Recomenda a prática da caridade, da justiça e da piedade.

I Pedro: Fala da alegria do cristão e da unidade de todos os batizados em Jesus Cristo. Dirigida aos cristãos que sofrem por causa da fé, esta carta lembra a importância da cruz de Cristo e exorta todos a uma vida de santidade.

II Pedro: O conteúdo é semelhante à Carta de Judas. Rejeita as doutrinas pregadas por falsos profetas de vida corrupta. É uma exortação à fidelidade a Cristo e ao amor de Deus, lembra a vinda de Jesus.

I João: As três cartas que seguem foram escritas pessoalmente pelo Apóstolo e Evangelista São João. Na primeira carta, João fala que Deus é Amor e Luz. Por isso, o cristão deve se comportar como filho da Luz, fugindo do pecado.

II João: Dirigida a uma comunidade da Ásia, é uma exortação a caminhar na verdade e no amor.

III João: Dirigi-se a um certo “Gaio”, a quem elogia suas virtudes.

Judas: Foi escrita, talvez em Jerusalém pelo ano 65 d.C. Ela põe os fiéis de alerta perante falsas doutrinas e falsos mestres.

 APOCALIPSE

Significa “revelação” Trata-se de um Livro profético. Foi escrita às Sete Igrejas (Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia) da Ásia Menor, por volta do ano 100 d.C, por São João Evangelista, quando estava exilado na ilha de Patmos. Naquela época tais Igrejas passavam por dura provação – perseguição religiosa. Muitos cristãos sentiam-se desanimados e até desesperados. É para esses cristãos que João escreve o Apocalipse. Trata-se de uma mensagem sobrenatural, transmitida de maneira misteriosa e simbólica, por causa do clima de perseguição.

2.12 - Como manusear a Bíblia?

P

ara manusear a Bíblia é necessário seguir alguns passos:



 Saber o Nome ou o Título do Livro - ver se o Livro está no Antigo ou no Novo Testamento;

(oriente-se pelo índice). No índice, verificar a abreviatura do Livro.

 Número do Capítulo está sempre em tamanho grande, no início do capítulo do Livro.

 Número do versículo está sempre em tamanho menor, espalhado pelo meio do texto.

 Entre o número do capítulo e do versículo vai sempre uma vírgula.

 Se o texto abranger mais de um versículo, então separa-se a seqüência dos versículos por um traço.

Ás vezes encontramos um “s” ou dois “ss” depois do versículo. Quer dizer “versículo seguinte” ou “versículos seguintes”.

Ás vezes encontramos um “a” ou um “b” após o versículo. Indicam se é a primeira ou a segunda parte do versículo. Isso acontece quando o versículo é formado por uma ou mais frases.



2.13 - Qual a diferença entre a Bíblia Católica e a Bíblia “protestante” ?

E

xiste uma diferença quanto ao número de Livros. O Novo Testamento da Bíblia evangélica e o nosso são iguais = 27 Livros. Mas o Antigo Testamento da Bíblia evangélica ou protestante não possui 7 Livros que fazem parte da Bíblia Católica.

A Bíblia dos evangélicos não possui o Livro de Judite, Tobias, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, I Macabeus e II Macabeus. Além disso, o Livro de Daniel na Bíblia protestante, não tem os capítulos 13 e 14, e os versículos 24 a 90 do capítulo 3. Não tem também os capítulos 11 a 16 de Ester.

Explicação:

Os judeus eram radicalmente nacionalistas. Por isso, achavam que Deus só poderia inspirar os Livros escritos na língua dos judeus, que era o hebraico e o aramaico. Achavam também que a Palavra de Deus só poderia ser escrita dentro do território de Israel, e até o tempo de Esdras.

Quando os judeus começaram a ser espalhar pelo mundo, logo após a destruição de Jerusalém (ano 70 d.C), eles mesmos viram a necessidade de traduzir o Livro Sagrado para o grego, que era a língua mais universal daquela época. E, nessa tradução foram incluídos esses 7 Livros (que estavam escritos em grego). Foi daí que surgiram as discussões. Os fariseus que zelavam pela pureza e conservação das escrituras Sagradas não quiseram aceitar esses 7 Livros como inspirados por Deus. Isso não quer dizer que tanto uma como a outra não são verdadeiras. Todas as duas são Palavra de Deus.

2.14 – Partidos Políticos na época de Jesus.

 Saduceus: Eram grandes proprietários de terra, membros da elite sacerdotal, controlavam o sinédrio e o templo de Jerusalém e cultuavam a Tora.

 Escribas: Eram intérpretes da Lei (Sagradas Escrituras). Eram os “doutores” que atuavam nas escolas rabínicas.

 Fariseus: Várias camadas sociais. Eram minuciosos nas regras de pureza (“separação”). Foram criticados por Jesus e acreditavam na imortalidade da alma.

 Zelotas: Eram dissidentes dos fariseus, pretendiam expulsar os dominadores com armas. Foram zelotas: Simão, Judas Iscariotes.

 Essênios: Puritanos viviam em comunidades fechadas (QUWRAM), perto do Mar Morto. Praticavam o celibato e viviam de muito trabalho. Aguardavam a vinda do Messias.

3. SACRAMENTOS

3.1 – Plano de Deus

D

eus nos criou para a felicidade e por isso fez um plano. Nós pelo pecado, entortamos as linhas mestras do plano do amor. Assim Deus mandou seu próprio Filho que se fez um dos nossos, morreu por nós, ressuscitou para nos garantir a continuidade do plano.

Só Jesus Cristo, Deus homem, poderia ser tão original ao inventar tais encontros, que fossem sinais certos de sua presença amiga durante toda a nossa vida. Esses encontros são meios que Jesus formulou para conhecermos os sacramentos.

Deus mesmo fala por sinais, todas as criaturas são “os rastros” da passagem dele. Quando quis se tornar presente neste mundo para reconstruir seu plano, tornou-se um sinal. Fez-se visível, palpável, eminência da carne, através da encarnação tornando-se pois um sacramento. Voltando para o Pai, Cristo deixa-se continuar aqui através de um sinal: A Igreja.



3.2 - Os Sacramentos são sinais.

A

definição exata de Sacramento é: "Um sinal visível e eficaz da graça, instituído por Jesus Cristo, para nossa santificação".

Jesus escolheu sinais que faziam parte da vida do povo hebreu, pois naquele tempo quem se dispunha a mudar de vida se submetia a um banho de purificação e chamou a essa presença do Amor de Deus que age em nós: Espírito Santo.

Os sacramentos são expressões de fé, de união da graça e da benção de Deus que nos leva a comprometer cada vez mais com nossos irmãos, nos faz crescer na capacidade de servir e transformar a sociedade; por isso Deus nos criou para sermos felizes, nos deu inteligência e liberdade mas em troca pediu o nosso amor e nossa fidelidade.

Jesus Cristo é o grande sacramento do amor para com os homens: sinal visível e eficaz. Visível porque fez-se homem como nós, vivendo numa região definida e em tempo conhecido, presente em nossa história e eficaz porque quem crer em Jesus Cristo tem a garantia da salvação.

1º Um sinal sensível

Podemos dividir em três partes 2º Instituído por Jesus Cristo

3º Graça

1º Um sinal sensível: Constitui a parte material do Sacramento. Nos sinais que constituem a parte material de um sacramento, temos dois elementos: O primeiro denominamos matéria = água do batismo. O segundo elemento chama-se forma. São palavras ou gestos que dão significado ao ato.

2º Instituído por Jesus Cristo: O poder humano não pode ligar a graça interior a um sinal externo. Isso é algo que somente Deus pode fazer, e que nos leva a segunda definição de Sacramento: "Instituído por Jesus Cristo". A Igreja não pode criar novos Sacramentos, e não pode haver nunca nem mais e nem menos que sete, os sete que Jesus nos deu: Batismo, Eucaristia, Confirmação, Penitência, Ordem, Matrimônio e Unção dos Enfermos.

3º Graça: Voltando a nossa atenção para o terceiro dos elementos, vimos que seu fim é dar a Graça Santificante. Graça é Deus conosco e nós em Deus. É sintonia em Deus e o homem. É estreita união.

Mas para recebermos a graça que os Sacramentos transmitem, é necessário que tenhamos disposições interiores. A quantidade de Graça recebida depende de nós, não depende de quem administra.

Por esse motivo procuremos aprender a liturgia sacramental que é rica em gestos tornando presente a grande realidade que é Cristo, sendo que ele próprio se doa a nós como prova de amor infinito em todos os sete sacramentos.

Como o homem por seus esforços jamais poderia chegar a Deus, então Deus toma a iniciativa e chega até o homem através do sacramento.

Os sete Sacramentos nos acompanham em toda a nossa vida espiritual.

Ordem Natural Ordem Sobrenatural

Nascer  Batismo

Crescer  Confirmação

Alimento  Eucaristia

Remédio  Penitência

Comunidade  Ordem

Matrimônio  Matrimônio

Morte  Unção dos Enfermos



3.3 – Sacramento do Batismo

D

eus ao criar o homem, além da vida natural, concedeu-lhe uma vida sobrenatural. A graça sobrenatural ia ser a herança que todos os homens transmitiriam a sua posteridade. Mas o homem rechaçou a Deus cometendo o primeiro pecado, perdendo assim a Graça Santificante e a união com Deus.

O próprio Deus, na pessoa de Jesus Cristo, ofereceu a reparação infinita pela ingratidão do homem. Jesus iluminou o abismo que havia entre a divindade e a humanidade.

Para restaurar na alma a graça perdida, Jesus instituiu o Sacramento do Batismo. Através do Batismo a alma passa a participar da própria vida de Deus e a essa participação chamamos Graça Santificante.

É o Sacramento da iniciação cristã, pois nos liberta do pecado original, nos faz sermos acolhidos pelo Pai e nos apresenta na Igreja a qual incorporamos e nos tornamos templos vivos da Santíssima Trindade: “Aquele que permanece em mim e eu nele, este dá muitos frutos, porque sem mim nada podeis fazer”.

O Batismo é como uma semente que se planta, mas que ao longo dos tempos, deve ser cultivada para que cresça e produza frutos; caso contrário de nada adianta. Assim se não for cultivada no dia-a-dia, na oração, na fé, na participação e na vivência de Deus, será uma semente que não germinará.

Como sacramento ele significa a vida nova que o cristão recebe, sendo apresentado na Bíblia através das figuras do Dilúvio (Gn 7 ) e a Passagem do Mar Vermelho (Ex 14, 15-31). Antes de Cristo, este sacramento era administrado por João Batista que pregava a conversão para a vinda do Salvador, por isso ele dizia: “Eu batizo com água, mas aquele que virá depois de mim vos batizará no Espírito Santo”.

A palavra Batismo vem do grego Baptizium que quer dizer: Imergir em Água.

Todo cristão deve permanecer fiel às promessas do Batismo, principalmente àquela de nunca perder a Vida Divina pelo Pecado Mortal, deve ser o “ sal da terra e luz do mundo” e sendo assim, elevado a dignidade de filho de Deus.

A partir do dia de Pentecostes, a Igreja celebrou e administrou o Batismo: “Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para a remissão dos vossos pecados. Então, recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2, 38)

Os batizados se vestem de Cristo.

O batismo é um banho que purifica, santifica e justifica. Ele é um banho de água no qual a Palavra de Deus produz seu efeito de vida.

O batismo nos abre as portas da Igreja.

Faz de nós participantes da assembléia congregada na fé, que é a Igreja, o novo povo de Deus, o povo da nova e eterna Aliança.

Pelo batismo somos incorporados na Igreja, o Corpo de Cristo. Feito membro da Igreja o batizado não pertence mais a si mesmo (I Cor 6,19), mas àquele que morreu e ressuscitou por nós.

Na comunhão da Igreja, o batizado é chamado a ser sinal e instrumento do Reino de Deus, a viver fraterna solidariedade e a praticar a justiça. O batizado assume um compromisso de viver e testemunhar, como membro de Cristo, a sua fé até as últimas conseqüências, de forma coerente e fiel.

 Efeitos do Batismo.

1º) Paga a dívida que o homem tem com Deus ao nascer. Dívida essa contraída pelos nossos primeiros pais, através da desobediência para com Deus.

2º) O Batismo nos torna filhos de Deus, irmãos de Jesus Cristo e templos do Espírito Santo. Nós nos tornamos habitação da Santíssima Trindade."Viremos a ele e nele faremos nossa morada". Jo14, 23.

3º) Infunde em nós as três virtudes teologais: Fé, esperança e caridade. Essas virtudes são infundidas em nós em forma de semente. Compete a nós, através da frequência aos Sacramentos, orações, leitura da Bíblia e boas obras, fazer com que essa semente germine, cresça e dê bons frutos.

4º) Nos faz herdeiros de Deus. Se somos filhos de Deus também somos herdeiros. E a nossa herança é o céu.

5º) É o princípio. É a porta de entrada para os outros Sacramentos. Sem o batismo não podemos receber nenhum outro Sacramento.

6º) Nos faz cristãos. Quer dizer, somos de Cristo. Aqui está nossa vocação cristã, tornamo-nos seguidores de Cristo. Parecidos com Cristo, pelas nossas obras, pela nossa conduta.

7º) Introduz à Igreja. O Batismo nos incorpora à Igreja, nos faz ser Igreja. Faz de nós membros vivos e comprometidos com a Igreja. A Igreja somos nós.

8º) Imprime caráter de Cristão. Se depois de batizados pecamos mortalmente, cortamos a nossa união com Deus e o fluxo da sua graça; perdemos a graça santificante, mas não o caráter batismal, que transformou a nossa alma para sempre.

3.4 - Reconciliação - Penitência - Confissão

C

hama-se sacramento da Conversão, pois realiza-se sacramentalmente o convite de Jesus para o caminho de volta ao Pai, do qual a pessoa se afastou pelo pecado.

Chama-se sacramento da Penitência porque consagra um esforço pessoal e eclesial de arrependimento e de satisfação do cristão pecador.

Chama-se sacramento da Confissão porque à declaração dos pecados diante do sacerdote Deus concede o perdão e a paz.

É também chamado de sacramento da Reconciliação porque dá ao pecador o amor de Deus que reconcilia: "Reconciliai-vos com Deus" (2Cor 5,20).

Quem vive do amor misericordioso de Deus, está pronto a responder ao apelo do Senhor: "Vai primeiro reconciliar-te com teu irmão" (Mt 5,24).

É no sacramento do perdão que Deus reconhece nossas falhas, nossa limitação, mas reconhece também nossa boa vontade. Jesus disse: "Eu detesto o pecado mas amo o pecador".



O próprio Cristo no dia da Ressurreição (Domingo de Páscoa) conferiu aos apóstolos o poder de perdoar os pecados: "Recebei o Espírito Santo, aqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e aqueles aos quais não perdoardes ser-lhes-ão retidos" (Jo 20, 21-23).



Devemos contar todos os nossos pecados ao padre para receber o perdão, pois com isso nos restitui a vida na graça e nos dá novo vigor para não mais pecar.



Requisitos para receber uma boa confissão

1º Exame de Consciência: Rezar e pensar nos pecados cometidos.

2º Contrição ou arrependimento: Tristeza dos nossos erros e de nossa falta de amor a Deus.

3º Propósito: Evitar o pecado e servir a Deus com mais amor.

4º Confissão: Acusação clara e objetiva dos pecados ou falhas cometidas.

5º Penitência: Nos é dada pelo sacerdote para demonstrarmos nosso arrependimento e a firmeza de nosso propósito de não mais pecar e de reparar as falhas cometidas.

Sem o perdão de Jesus vivemos como filhos pródigos (Lc 15, 11-24). Na parábola do filho pródigo encontramos todos estes requisitos: fazer o exame de consciência, admitir o erro, ter o propósito de voltar para o Pai, confessar e adimitir-se pecador diante do Pai e proferir a sua penitência. "Não sou mais digno de ser chamado seu filho".

Santa Terezinha do Menino Jesus dizia: "Os nosso pecados por mais feios e numerosos que sejam, desaparecem diante da bondade de Deus, como uma gotinha de água no oceano imenso." O Pai do céu nos ama tanto que nos quer sempre perto dele.

3.5 – Sacramento da Eucaristia.

E

ucaristia é o sacramento que contém, sob as espécies do pão e do vinho verdadeiro, real e substancialmente presente o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, para alimento de nossas almas.

É o sacramento do amor; é a hóstia pura, hóstia santa, a hóstia imaculada; é o Santíssimo Sacramento, a Santa Comunhão.

Jesus disse: Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer desse pão viverá eternamente. E o pão que hei de dar é a minha carne para a salvação do mundo.

Figuras da Eucaristia no Antigo e no Novo Testamento

Ceia Pascal: A pedido de Deus, o povo de Israel deveria repetir a cada ano como lembrança ou memorial da libertação do jugo dos egípcios. (Lev 23, 4 - 14)

O Maná: Deus alimentou o povo hebreu durante 40 anos no deserto com o maná. (Ex 16, 4 - 36)

As duas multiplicações dos pães: (Mt 14, 13 - 21 e Mt 15, 29 – 39)

Promessa da Eucaristia por Jesus Cristo: (Jo 6, 35 – 51)

Foi na Quinta-Feira Santa que Jesus instituiu o sacramento da Eucaristia.

As palavras de Jesus foram: “Isto é o meu Corpo” e “Isto é o meu Sangue”, o pão e o vinho se convertem no Corpo e no Sangue de Cristo.

Em cada Missa, pelo poder dado por Cristo a todo sacerdote, torna-se presente o sacrifício de Cristo.

A Eucaristia dentre os sacramentos é chamada de Santíssimo Sacramento; por isso, a Igreja nos aconselha a adorarmos, agradecermos e louvarmos a Jesus presente na Santíssima Eucaristia.

Na Missa: especialmente na hora da Consagração e na hora da Comunhão;

Na Adoração ao Santíssimo Sacramento: nas horas santas, nas procissões do Corpo de Deus, acompanhado com toda adoração e reverência.

Para recebermos com adoração a Eucaristia devemos estar em estado de graça (sem pecado mortal), estar em paz e harmonia com todos, ter fé (crer na presença real de Jesus Cristo na Eucaristia e viver como tal), guardar o jejum eucarístico (uma hora sem comer e nem beber antes da comunhão – nem chicletes, balas etc. Somente água), comungar com respeito e devoção.

Todo sacramento produz efeitos em nós. A Eucaristia aumenta em nós a graça santificante, pois nela encontramos e recebemos o próprio autor da graça: Jesus Cristo.

Ao tratar sobre a Eucaristia, é indispensável falar na santa Missa, pois é no sacrifício eucarístico que a Eucaristia se realiza, especialmente na consagração do pão e do vinho.

A Missa é uma oração, a melhor das orações; a rainha, como dizia São Francisco de Sales. Nela reza Jesus Cristo, homem-Deus. Nós temos apenas de associar-nos. “O que pedirdes ao Pai em meu nome Ele vo-lo dará”, disse Jesus (Jo 16,23).

São João Crisóstomo disse: durante a Missa nossas orações apoiam-se sobre a oração de Jesus Cristo. Nossas orações são mais facilmente atendidas, eficazes, porque Jesus Cristo as oferece ao seu eterno Pai em união com a sua.

Os anjos presentes oram por nós e oferecem nossa oração a Deus.

É o presente mais agradável que podemos oferecer à Santíssima Trindade.

Cada Missa eleva nosso lugar no céu e aumenta nossa felicidade eterna.

Cada vez que olhamos cheios de fé para a Santa Hóstia, ganhamos uma recompensa especial no céu.

3.6 – Missa

A

Missa é a maior, a mais completa e a mais poderosa oração da qual dispõe o católico.

Entretanto, se não conhecemos o seu valor e significado e repetimos as orações de maneira mecânica, não usufruiremos os imensos benefícios que a missa traz.

Reflitamos um pouco mais sobre a forma de como cada um participa da Missa lendo a seguinte história:

Numa certa cidade, uma bela catedral estava sendo construída. Ela era inteiramente feita de pedras, e centenas de operários moviam-se por todos os lados para levantá-la. Um dia, um visitante ilustre passou para visitar a grande construção. O visitante observou como aqueles trabalhadores passavam, um após o outro, carregando pesadas pedras, e resolveu entrevistar três deles. A pergunta foi a mesma para todos.

O que você está fazendo?

- Carregando pedras, disse o primeiro.

- Defendendo meu pão, respondeu o segundo.

Mas o terceiro respondeu:

- Estou construindo uma catedral, onde muitos louvarão a Deus, e onde meus filhos aprenderão o caminho do céu.

Essa história relata que apesar de todos estarem realizando a mesma tarefa, porém a maneira de cada um realizar é diferente. Assim igualmente acontece com a Missa. Ela é a mesma para todos, contudo a maneira de participar é diferente, dependendo da fé e do interesse de cada um:

 Existem os que vão para cumprir um preceito;

 Há os que vão à Missa para fazer seus pedidos e orações;

 E há aqueles que vão à Missa para louvar a Deus em comunhão com seus irmãos.

Compreendamos melhor agora cada parte da Missa:

Na entrada, ato Penitencial, Glória, Oração, nós falamos com Deus.

Na Liturgia da Palavra que compreende as 2 leituras, o Evangelho, a Homilia (Sermão), Deus fala conosco.

A Liturgia Eucarística (3 partes): Ofertório, Oração Eucarística e a Comunhão é o Coração, o Centro da Missa.

No ofertório nós apresentamos nossas oferendas, o nosso amor, o nosso ser representados pelo pão e vinho.

Na oração Eucarística, Jesus consagra nossas oferendas e nos leva consigo até Deus.

Na comunhão, Deus nos devolve esse Dom.

Ao nos unirmos à Cristo unimo-nos também a todos que estão “em Cristo”, aos outros membros da Igreja.

Devemos medir a eficácia das nossas comunhões pela melhora no nosso modo de ser e agir. (Mt 26, 26 - 28 – Mc 14, 22-24 – Lc 22, 19 - 20 – I Cor 11, 23 - 29)

3.7 – O sacramento da Crisma

C

risma é o sacramento que, conferindo os dons do Espírito Santo em plenitude, inaugurado no batismo, põe o fiel no caminho da perfeição cristã e assim o faz passar da infância para a idade adulta, pois é o Sacramento da maturidade Cristã.

Podemos então dizer que a Crisma é o Sacramento da Confirmação do Batismo. É o Sacramento da Juventude. É o Sacramento por excelência do Espírito Santo.

Crisma é uma palavra grega que significa: óleo de ungir. A palavra Confirmação tem aqui o significado de fortalecimento, pois deve tornar o cristão “forte e robusto” no espírito.

Ungir é esfregar o óleo do Crisma na fronte do crismando em forma de cruz. Esse óleo usado na cerimônia de Crisma é consagrado na Missa da Quinta-Feira Santa.

Três coisas são necessárias na administração da Crisma:

 A imposição das mãos sobre a cabeça do crismando;

 A unção com o óleo do Crisma na fronte do crismando;

 As palavras que o Bispo diz: Recebe por este sinal os Dons do Espírito Santo, ao que o crismando responde: Amém.

Normalmente é o Bispo que ministra o sacramento da Crisma, porém ele pode delegar esse poder a um sacerdote em sua ausência.

Na celebração o Bispo faz essa Oração pedindo os Dons do Espírito Santo: “ Deus Todo Poderoso que, pela água e pelo Espírito Santo, fizeste renascer estes vossos servos, libertando-os do pecado, enviando-lhes o Espírito Santo: dai-lhes, Senhor, o Espírito de Sabedoria e Inteligência, o Espírito de Conselho e Fortaleza, o Espírito de Ciência e Piedade, e enchei-os do Espírito do vosso Temor.”

O Sacramento da Crisma deve provocar no crismando aquilo que o Espírito Santo provocou naqueles que estavam no cenáculo no dia de Pentecostes. Atos dos Apóstolos 2, 1-47.

Para que recebemos o Sacramento da Crisma? Comumente dizemos que a Crisma nos faz soldados de Cristo, que confirma o Batismo, Sacramento do adulto, da responsabilidade. Uma só coisa a Igreja nos garante sobre este sacramento: “Crisma nos concede o Espírito Santo”.

Olhando para a Bíblia, descobrimos que o Espírito Santo tem duas funções:

1º) o de dar a vida através do Batismo.

2º) e o de levar a vida até sua perfeição (santidade) = Crisma.

A confirmação nos dá, pois, o Espírito Santo para levarmos até a perfeição o que recebemos no Batismo. Chegar à perfeição segundo a vontade do Pai.

Talvez possamos dizer que o Batismo constitui mais o aspecto estático ao passo que a Crisma expressa mais o aspecto dinâmico, evolutivo da vida cristã. Uma coisa é ser cristão simplesmente, outra é chegar a plenitude de santidade. Evoluir, é tomar novo impulso, crescer constantemente na vida iniciada no Batismo.

Não podemos permanecer semente; é preciso que a semente germine, cresça e dê frutos em abundância. (At 8, 14 - 19 – At 2, 1-47)

 Missão do crismando

Ser bom fermento que leveda a massa.

Fomentar a caridade fraterna.

Comunicar aos outros o amor de Cristo que está nele.

Mostrar, com palavras e com atos, sua maturidade cristã e o desejo de sempre crescer até atingir a plenitude de Cristo.

Crisma não é um sacramento a mais, é o sacramento que faz o autêntico cristão.

Ser cristão é comprometer-se com o Evangelho e ser coerente aos compromissos assumidos em relação a ele.

 Os sete Dons do Espírito Santo:

Sabedoria: Não a sabedoria do mundo, mas aquela que nos faz reconhecer e buscar a verdade, que é o próprio Deus: fonte da sabedoria. Verdade que encontramos na Bíblia

Entendimento: É o dom que nos faz aceitar as verdades reveladas por Deus.

Conselho: É a luz que nos dá o Espírito Santo, para distinguirmos o certo do errado, o verdadeiro do falso, e assim orientarmos acertadamente a nossa vida, e a de quem pede um conselho.

Ciência: Não é a ciência do mundo, mas a ciência de Deus. A verdade que é vida. por esse dom o Espírito Santo nos indica o caminho a seguir na realização da nossa vocação.

Fortaleza: É o dom da coragem para viver fielmente a fé no dia-a-dia, e até mesmo o martírio, se for preciso.

Piedade: É o dom pelo qual o Espírito Santo nos dá o gosto de amar e servir a Deus com alegria. Nesse dom nos é dado o sabor das coisas de Deus.

Temor de Deus:Temor aqui não significa "ter medo de Deus", mas um amor tão grande, que queima o coração de Respeito por Deus. Não é um pavor pela justiça divina, mas o receio de ofender ou desagradar a Deus.

3.8 – Sacramento do Matrimônio

O

matrimônio é um sacramento que estabelece uma santa e indissolúvel união entre um homem e uma mulher e lhes dá a graça de se amarem, procriarem e educarem seus filhos: "...cada homem tenha sua mulher e cada mulher seu marido. Que o marido cumpra seu dever em relação a mulher e igualmente a mulher em relação ao marido. A mulher não dispõe de seu corpo, mas sim o marido. Igualmente o marido não dispõe de seu corpo, mas sim a mulher. Não se recusem um ao outro..." (1Cor 7, 2-5)

Esse sacramento foi instituído pelo próprio Deus no início da criação quando deu a Adão uma companheira - Eva - para que vivessem juntos, numa só carne, em amor fiel e indissolúvel.

Quando um homem e uma mulher procuram o matrimônio cristão é porque Deus os chama para mudar o significado do amor que um sente pelo outro, para submergir o amor humano no mistério do amor de Deus.

O dom do sacramento é ao mesmo tempo vocação e dever dos esposos cristãos, para que permaneça fiel um ao outro para sempre, para além de todas as provas e dificuldades, em generosa obediência, a santa vontade de Deus: "o que Deus uniu, não separe o homem".

Os esposos cristãos são chamados a dar testemunho e Cristo em seu amor mútuo. A isso nos comprometemos mediante o sacramento do matrimônio, a presentear-nos um ao outro não só a luz e o calor do próprio amor, mas tornar isto um sinal de reflexo vivo desse sol de amor que é Cristo. Este compromisso tão audaz se apóia em outro que contrai o próprio Senhor: através do sacramento que Ele nos oferece como ajuda à força de seu próprio amor.

O sacramento do matrimônio que retoma e especifica a graça santificante do Batismo, é a fonte própria e o meio natural de santificação para os cônjuges. Em virtude da morte e ressurreição de Cristo, dentro do qual se insere novamente o matrimônio cristão, o amor conjugal é purificado e santificado: "O Senhor dignou-se sanar, aperfeiçoar e elevar este amor com um dom especial de graça e caridade".

O dom de Jesus Cristo não se esgota na celebração do matrimônio, mas acompanha os cônjuges ao longo de toda existência.



Para refletir:

Indissolubilidade do Matrimônio - Mt 19, 3-9 / Mc 10, 1-12

Cristo não aprova o divórcio - Lc 16,18 / Rm 7, 2-3

Deveres recíprocos dos esposos - Ef 5, 21-33

3.9 – Sacramento da Ordem

É

um sacramento social que Cristo instituiu na Última Ceia. É um sacramento no qual Ele concede ao candidato ao sacerdócio o poder sacerdotal e lhe dá as graças para exercê-lo santamente.



O que é um Sacerdote?

É um homem como nós, sujeito a fraquezas, porém separado dos demais para o exercício da doação de Deus aos homens. O Sacerdote é o dispensador do amor de Deus aos homens.

É chamado de Pontífice = ponte - artifice: construtor de pontes; pontes que ligam o Céu à Terra; os homens à Deus; o eterno ao temporal; o pecado à misericórdia.

O sacerdote administra os sacramentos, sinais do amor de Deus aos homens.

O ministro do sacramento da Ordem é o Bispo. Em caso de impossibilidade, o Bispo delega esse poder a outro sacerdote.

Jesus Cristo deu aos apóstolos a plenitude do poder sacerdotal e estes transmitiram essa plenitude a outros, pela imposição das mãos.

Desde o tempo dos apóstolos, têm-se sagrado bispos e ordenado sacerdotes pela imposição das mãos e oração.

Pela ordenação Sacerdotal, Jesus Cristo confere o poder de:

1º Celebrar a Santíssima Eucaristia;

2º Administrar os sacramentos: Batismo, Reconciliação, Eucaristia, Unção dos Enfermos, Matrimônio;

3º Administrar o sacramento da Crisma, quando receber delegação do senhor Bispo pela total impossibilidade deste;

4º Consagrar e benzer (pessoas e coisas).

Somente o sacerdote pode confessar e consagrar.

A ordenação Sacerdotal imprime caráter que nunca se apaga. Chamamos de sinal indelevel. Pela ordenação o sacerdote fica unido de modo especial a Jesus.

Ele é a extensão de Cristo entre os homens, amando-os e dispensando-lhes a salvação proporcionada por Jesus por meio da Igreja em seus Sacramentos.

O sacerdote jamais poderá perder o seu poder sacerdotal, a menos que seja dispensado pelos seus legítimos superiores através da ordem expressa do Santo Padre o Papa.

Jesus chama os jovens a seu serviço. Jovens de todas as nacionalidades, raças e cores. Eles devem ter requisitos básicos de cristãos verdadeiros: Fé viva e operante; Estar pronto ao sacrifício, até da própria vida, no serviço ao Deus que chama; Trabalhar pela salvação dos homens sem distinção de raça ou cor.

3.10 – Sacramento da Unção dos Enfermos

P

elos sacramentos da iniciação cristã, o homem recebe a vida nova em Cristo. Ora, esta vida nos trazemos " em vasos de argila" (2Cor 4,7). Agora, ela se encontra "escondida com Cristo em Deus", estamos ainda em "nossa morada terrestre" (2Cor 5,1) sujeitos ao sofrimento, à doença e à morte. Esta nova vida de filhos de Deus pode se tornar debilitada e até perdida pelo pecado.

O Senhor Jesus Cristo, médico de nossa alma e de nosso corpo, que remiu os pecados do paralítico e restituiu-lhe a saúde do corpo, quis que sua igreja continuasse, na força do Espírito Santo, sua obra de cura e de salvação, também junto de seus próprios membros. É esta a finalidade dos dois sacramentos de cura: o da Penitência e da Unção dos Enfermos.

O Sacramento da Reconciliação cristã que mediante a oração e a unção com óleo santo feita pelo sacerdote, concede ao doente a graça e o alívio espiritual e muitas vezes o conforto corporal, isto é, concede a saúde da alma e do corpo.

O óleo utilizado neste sacramento é um dos óleos que o Bispo abençoa na Quinta-feira Santa. O sacerdote unge a fronte e as mãos do enfermo. o corpo do homem ungido pelo Batismo é santo e por meio deste fazemos o bem. O Sacramento da Unção dos Enfermos faz com que estes tenham forças para testemunhar Jesus Cristo em meio ao sofrimento que passam unindo-se a obra redentora do Filho de Deus.

Quem pode receber a Unção dos Enfermos? Todos os que estão gravemente doentes.

As pessoas que tem mais de 60 anos.

Condições para receber a Unção dos Enfermos:

Estar em estado de graça, isto é, sem pecado;

Receber a Unção com fé, esperança, caridade e resignação à vontade de Deus.

Os sinais sensíveis da Unção dos Enfermos, oração-unção produção de graça, instituição divina, são ministrados pelo sacerdote, de preferência pelo pároco. A matéria usada para a unção é o óleo de oliveira ou planta que é abençoado na Quinta-feira Santa. No ato da unção o sacerdote profere as seguintes palavras: "Por esta santa unção o Senhor venha em teu auxílio com a graça do Espírito Santo. Deus em sua infinita bondade quis".



4. PECADO, FÉ e ORAÇÃO

4.1 – Moral Fundamental

Moral = mos, mores (latim) = costume.

Ética = éthos (grego) = costume

imoral = o que é contrário à moral. Ex: a nudez do índio não é imoral, por causa do costume indígena, por causa da cultura.

Moral cristã = costumes religiosos.

Ética = costumes indicados pela razão humana ou valores descobertos pela razão humana.

Ex: o aborto = objeção da consciência. É capitulado em lei, mas é contra a moral cristã. É legal, porém é imoral.

Portanto, nem tudo o que é legal, é ÉTICO, é MORAL.

Quando falamos de moral, de ética, falamos de valores.

O que são valores?

Valor é um conjunto de qualidades que determina o mérito e a importância de um ser referente ao binômio BEM e MAL. Por exemplo:

Caráter, Honra, Fidelidade, Idoneidade.

Ex: Se quero fazer um contrato, procuro uma pessoa honesta.

Se quero casar, procuro uma pessoa que seja fiel, que tenha caráter.

Se quero a verdade, procuro uma pessoa idônea, verdadeira.

Nós nascemos com valores, com razão (somos seres racionais) independentes do credo, religião, porque todos nós nascemos com uma lei eterna que sempre diz "Faça o bem e evite o mal" - este é o princípio da ética.

E nós sabemos quando agimos corretamente porque essa lei está dentro de cada um de nós na faculdade que se chama CONSCIÊNCIA.



Resumindo:

Deus nos criou Lei eterna Razão

CONCIÊNCIA

Espaço de liberdade

Nosso pensamento só

Nós e Deus conhecem. CONCIÊNCIA MORAL

Consciência moral é a faculdade que me aponta se estou agindo bem ou mal.

É a balança. A fonte dessa consciência moral é a opção fundamental que a pessoa faz. Ex: Nós CRISTÃOS - Seguir JESUS CRISTO.

O que contribui para que a pessoa tenha consciência moral?

A educação, a formação, o ambiente em que vive, a cultura, as más inclinações.

Ex: favelado diferente de vocês.

Falamos sobre valor. Será que os valores da ética humana são diferentes dos valores da moral Cristã?

Não. Todo homem deve tender para o Bem, tenha ou não uma fé sobrenatural.

Hoje no Brasil, no mundo inteiro, uma das principais distorções que existe em nossa sociedade é o nível baixíssimo de ÉTICO. O Brasil é o país do jeitinho, onde a maioria das pessoas quer levar vantagem, no entanto, somos chamados do "maior país católico do mundo". Onde está o nosso amor pelo irmão? O que fizemos com o exemplo, com os ensinamentos de Cristo?

Resumindo:

A lei moral nasce a partir das fontes nas quais se inspira (o ambiente em que vivemos, etc...)

A lei moral natural já está no coração das pessoas , lei eterna "Faça o bem e evite o mal".

Depois de falar de moral, de valores, vamos falar de DEUS, a razão de toda nossa vida, nossa existência, porque fomos criados por Ele, e se estamos vivos é por Ele.

Em primeiro lugar existe o fato incontestável da existência de Deus e de que Deus é o único Criador.

Ex: Santo Tomás de Aquino, cientistas.

Em segundo lugar entender como é Deus. Qual é o nosso conceito de Deus.

Deus é Fiel, Misericordioso, Bondade, Não é carrasco.

Deus é amor, nos ama infinitamente, sem cobranças, o que já não acontece conosco. O nosso amor é egoísta. O amor de Deus é infinito.

Como entender a misericórdia de Deus?

Liberdade para decidirmos nossa vida, para aceitá-lo ou não, para crermos Nele em sua doutrina ou não. Temos liberdade para optar e essa opção fundamental é que faz a diferença em nossa vida.

Se nossa opção é seguir a Deus então nós temos que levar a sério, porque não existe meio termo para nada. Ou você é ou não é. Esse é o princípio da filosofia. Ou eu quero ou não quero. Acredito ou não.

Deus nos criou porque nos ama e quando a gente ama quer ver o outro feliz e Deus fez tudo para nossa felicidade. Nos deu tudo e só pediu o nosso amor e nós dissemos NÃO à Ele e o homem continua através dos tempos a dizer não a Deus.

Vamos relembrar a história de Adão e Eva. Agora então nós vamos falar sobre pecado.



O que é o pecado então?

É dizer NÃO a Deus, é desobedecê-lo, é querer se igualar a Ele, toda vez que estamos contra a moral, a ética estamos pecando, toda vez que nos omitimos.

Como saber se estou desobedecendo a Deus?

Deus querendo facilitar tudo para nós, nos deixou algumas regras, sinais para seguirmos.

As regras, as leis existem para facilitar a nossa vida.

Quais são essas leis?

 Os Dez Mandamentos

As leis que Deus nos deixou para sabermos se estamos seguindo a Sua vontade e desta forma estamos obedecendo-O, são os DEZ MANDAMENTOS.

Quais são os Dez mandamentos?

1°) AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS

2°) NÃO TOMAR SEU SANTO NOME EM VÃO

3°) GUARDAR DOMINGOS E FESTAS DE GUARDA

4°) HONRAR PAI E MÃE

5°) NÃO MATAR

6°) NÃO PECAR CONTRA A CASTIDADE

7°) NÃO ROUBAR

8°) NÃO LEVANTAR FALSO TESTEMUNHO

9°) NÃO DESEJAR A MULHER DO PRÓXIMO

l0°) NÃO COBIÇAR AS COISAS ALHEIAS

Vamos falar de cada um deles.

1 - Amar a Deus sobre todas as coisas.

Amar a Deus no próximo, através do nosso irmão. Temos que nos assemelharmos à Ele, e para isso nos temos que; Amar a todos A todos perdoar. A todos servir. E a ninguém excluir.

Santo Agostinho definia que o nosso amor por Deus é assim: "Um conflito entre dois amores: o amor de Deus impelido até o desprezo do amor de si." ou "o amor de si impelido até o desprezo do amor de Deus". Quando fomos batizados nós nos tornamos cristãos. Isso quer dizer que nós não somos apenas amigos de Cristo, mas que estamos inseridos (fazemos parte) no seu projeto de salvação, de restauração.

Jesus Cristo veio para restaurar a vida das pessoas, da igreja. Ex: nas Bodas de Caná Ele transformou a água em vinho, deu vida ao filho da viúva de Naim, fez os cegos enxergarem, os surdos ouvirem, os coxos andarem, etc... Nós temos que a exemplo de Jesus Cristo restaurar a vida da sociedade.

E eu restauro a sociedade quando eu ajo com a consciência moral cristã, testemunho Jesus Cristo onde quer que eu esteja, quando luto contra os preconceitos racial, de cor, nível social.

"Deus só pede o nosso amor" - Leia Mt 22, 34-40

2 - Não tomar seu santo nome em vão.

Proíbe todo uso impróprio do nome de Deus.

 Respeito - conseqüência do amor

 Jurar usando o nome de Deus

3 - Guardar domingos e festas de guarda.

Assistir e participar das missas - um único dia para adorar e louvar a Deus.

4 - Honrar Pai e Mãe

 Respeito aos pais

 Obediência

 Diálogo

Na primeira parte da vida nós nos perguntamos qual o sentido daquilo que a gente fez, o que a gente é. Na segunda parte da vida nos temos a sabedoria. Na primeira parte nos devemos nos orientar pelos mais velhos porque eles têm a sabedoria e a experiência.

5 - Não matar

Só Deus tem o direito de tirar a vida

 Aborto

 Eutanásia

 Suicídio

 Homicídio

6 - Não pecar contra a castidade

 Integração correta da sexualidade na pessoa

 Namoro

 Se manter puro (corpo e alma)

 Relacionamento superficial dos jovens

Pensamento: Sempre que uma pessoa procura um prazer a curto prazo, vai ter um sofrimento a longo prazo.

7 - Não roubar

 Apropriar-se do que não é seu

 Roubar a paz

8 - Não levantar falso testemunho

 Matar com a língua.

 Desmoralizar

 Ter misericórdia com o próximo

Quando falar, falar com a pessoa certa, pedir a orientação do Espírito Santo.

Jesus disse: Não é o que entra pela boca que causa mal e sim o que sai da boca.

9 - Não desejar a mulher do próximo

 Respeito ao compromisso assumido pelos outros

 Matrimônio

 A importância da família

10 - Não cobiçar as coisas alheias

 Sermão da Montanha - Mt. 5, 1 – 12

"O SER tem que estar acima do TER"

Quando Jesus morreu na cruz Ele realizou a salvação. Na hora de sua morte, o sacrifício de Cristo se torna a fonte de onde brotará o perdão dos pecados portanto, para todo pecado existe perdão, apenas um único é imperdoável: é você morrer sem acreditar em Deus, é o pecado contra o Espírito Santo, é o pecado da pessoa que não aceita o amor de Deus e o seu perdão.

Existe pecado maior e menor?

O pecado maior é o pecado mortal ou grave.

O pecado menor é o pecado venial ou leve.

Para haver pecado é necessário:

 Matéria grave

 Consciência plena

 Consentimento pleno

Também pecamos por omissão. . .

Deus é amor, misericórdia. Temos a certeza do amor de Deus. PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO - Lc. 15, 11 - 32

4.2 - Fé

A

fé cristã consiste em aceitar, acolher a pessoa de Jesus e viver segundo a sua mensagem. Aceitar que Deus existe não significa ter fé.

Fé é adesão pessoal da pessoa a Deus; é aceitar Jesus tal como ele se manifestou, isto é, como o Messias, Salvador e Senhor; é acolher e viver sua mensagem religiosa. Pela fé a pessoa dá assentimento a Deus, submete a ele sua inteligência e vontade. O ato de crer é dom de Deus, fruto da ação da graça no coração humano. Quem move o coração para acolher a fé é o Espírito Santo.

A certeza interior na mensagem de Jesus e em suas promessas determina um modo de viver na perspectiva da vida eterna. A Carta aos Hebreus declara: A fé é uma posse antecipada do que se espera, meio de demonstrar as realidades que não se vêem ("A fé é um modo de já possuir aquilo que se espera, é um meio de conhecer realidades que não se vêem." Hb 11,1).

A fé é uma tomada de posição. Uma opção definitiva, não existe meio termo.

Não pode ser fruto de puro sentimentalismo, que vai e vem conforme as circunstâncias. Na fé entra a razão e o coração. Hoje precisamos crer com clareza de doutrina.

A fé torna-se, portanto, um desafio, pois imprime no cristão novas atitudes, novas categorias de pensamento, de comportamento, de sentimento, fazendo o homem a escolher Deus.

Para alimentar nossa fé nos temos: a oração, a comunhão, a leitura e o estudo da Bíblia.

A Bíblia contém a revelação que Deus fez de si mesmo aos homens. Se uma pessoa quer conhecer a Deus, deve meditá-la diariamente, e encontrará a Deus na sua palavra. A fé e a vida espiritual não sobrevivem por si mesmas: precisam ser alimentadas com a Palavra e com a oração.

A felicidade perene, tão desejada pelo homem, não existe fora de Deus, pois só em Deus ela pode ser eterna; portanto, para alcançar a felicidade verdadeira, são necessárias duas condições: conhecer a vontade de Deus (já manifestada) e colocá-la em prática.

Assim como o corpo necessita de alimento diário, a vida espiritual do cristão, precisa de ser alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia. Quem quiser crescer na vivência cristã precisa tomar a Palavra de Deus e a Eucaristia como alimento diário.

Exemplos de Fé:

Maria de Nazaré é o nosso maior exemplo de fé. Jovem mulher foi escolhida para ser a Mãe do Messias, prometido e anunciado pelos profetas de Israel. Leia as passagens Bíblicas:

(Gn 3, 14 - 15 – Is 7, 13 - 15 – Sf 3, 14 – 17)

O homem novo nasce pela fé em Jesus Cristo. Jesus falou em renascer da água e do Espírito, isto é, ser batizado e receber o dom do Espírito Santo. A fé em Jesus gera o homem novo. O batismo é seu nascimento para o Reino de Deus.

Maria é a primeira mulher nova, o protótipo do cristão, pois foi a primeira a crer. Para ela, que fez para Jesus todos os trabalhos que a mãe faz em favor do filho, aceitar que ele não era simples homem, mas Filho de Deus, não foi fácil. Talvez tenha custado mais para ela do que para nos crer que seu filho era Deus, pois, antes de presenciar seus milagres e sinais, viu, durante anos, sua limitação humana, que o fazia semelhante a toda criança ou jovem do seu tempo.

Caminhando com ele, ouvindo suas pregações, teve oportunidade de acolher mais profundamente o Reino de Deus que nele se manifestava. Com os demais discípulos acolheu o Reino e cresceu na fé e no amor. Pelo amor foi fiel em sua missão de mãe, mesmo envolta em dor ao ver seu filho pregado na cruz.

Maria, a grande vocacionada do Pai, foi fiel ao Espírito Santo, trazendo ao mundo o Salvador.

O Sim vivido que muda a história da humanidade.

Outros exemplos de fé na história:

 Abraão

 Moisés.

4.3 - Oração

O

ração é a comunicação com Deus. A pessoa expressa a ele o que quer dizer e tenta perceber qual a vontade dele a seu respeito.

Deus é o Criador, nós somos a criatura.

A relação da criatura com o Criador é o núcleo central da religião. Está ligado aos demais relacionamentos humanos: troca de informações e sentimentos com as pessoas, agressão ou respeito à natureza. O tipo de relacionamento do homem com a natureza e com as demais pessoas mostra a posição que ele toma diante de Deus.

Oração é o resultado de nossa busca de Deus e de nosso esforço: são as atitudes e as ações que tomamos ou fazemos em vista da relação de amor com ele.

Oração é a tentativa de diálogo amoroso da criatura com o Criador. Esta relação supõe esforço de comunicação e atenção para perceber os sinais e palavras de Deus, que chegam ao homem, quase sempre, de forma indireta.

Pelo fato de sermos limitados e Deus infinito, o nosso relacionamento com Deus nos coloca em dependência amorosa, como filho em relação ao pai. Quando alguém se julga independente de Deus, restam-lhe poucas oportunidades de estabelecer relações com Deus. .

Nós fomos criados por amor, para amar e ser amado pelos demais e por Deus.

Acolher pessoas e acontecimentos é atitude de amor. Rejeitar é atitude de desamor e de egoísmo.

Jesus nos revelou que o Pai ama incondicionalmente seus filhos e quer a felicidade de cada um deles. As posições que Jesus tomou perante o Pai e o relacionamento que teve com ele devem servir de modelo para nós. Ele se relacionava com o Pai como se estivesse próximo, presente ao seu lado (Lc 10, 21; Jo 17, 1 - 26). Portanto, antes de tentar relacionamento mais profundo com Deus, é preciso tomar consciência da imagem que temos dele. É importante que passemos da imagem que temos dele para aquela que Jesus nos mostrou, que nos é transmitida pelos evangelhos: o Pai é cheio de amor, quer o bem para seus filhos, cuida de cada um de nós, de modo especial daqueles que o amam. Para fazer-nos crescer ele usa a pedagogia do amor e do sofrimento (parábola do agricultor que poda a videira para que produza mais frutos).

Para alcançar bom relacionamento com Deus são necessárias algumas atitudes:

 Reconhecer a soberania de Deus sobre o mundo e sobre nossa pessoa e vida; Deus é nosso Criador e Senhor, nosso dono.

 Manter atitude de humilde dependência em relação a ele; o egoísmo leva a pessoa a considerar-se outro deus, senhor de si.

 Dar oportunidade para que ele se manifeste em nossa vida: se vivermos sempre ocupados, sem dispor de algum tempo só para Deus, ele não terá espaço para se manifestar; o cultivo do amor exige disponibilidade de tempo.

 Desejar ardentemente viver na presença de Deus e ser envolvido por seu

amor.

A maior dificuldade no relacionamento com Deus é o pecado, a vida fora do seu mandamento, a vida sem fé. Quem vive longe de Deus não pode relacionar-se com ele. Esse obstáculo pode ser removido pela busca do perdão.

Dificulta a relação com Deus o fato de colocarmos nossa confiança fora dele, em nossas próprias capacidades; em práticas mágicas, em sorte, em superstições, em várias formas de espiritismo, que atribuem poderes a objetos que não os tem, em falsas religiões, etc. Tudo isso afasta a pessoa de Deus e torna difícil o relacionamento com ele. É preciso recordar que o único Salvador e Senhor é Jesus Cristo.

Em nossa vida, em nosso agir devemos tomar o seguinte princípio: Fazer nossas atividades com tal empenho, como se tudo dependesse de nós e confiar em Deus como se tudo dependesse dele.



Oração na Vida de Jesus:

Jesus foi homem de oração. Sua novidade religiosa consiste na relação pessoal com Deus, mediante a oração, e em atitudes coerentes com os demais homens, tendo por base a relação da pessoa com Deus: amor a Deus e amor aos homens. Ele foi homem de oração e a intensificou nos momentos importantes de sua vida:

 Antes de começar o anúncio do Reino, quarenta dias no deserto (Lc 4, 1 - 2)

 Antes de escolher os doze, uma noite em oração (Lc 6, 12)

 Quando vivia momento muito importante com seus discípulos (Jo 17)

 Antes de enfrentar a paixão, no jardim das oliveiras (Lc 22, 31 - 46)

Instruções Básicas sobre a Oração:

Além do exemplo pessoal de Jesus, encontramos ensinamentos sobre a oração:

 orar só, em encontro pessoal com Deus (Mt 6, 5 - 6)

 ter profunda confiança (Mt 7, 7 - 11)

 louvar a Deus e pedir por nossas necessidades (Mt 6, 7 - 13)

 orar com insistência (Lc 11, 5 - 24)

 pedir com convicção a fortaleza e a fidelidade a Deus (Mt 26, 40)

 invocar o Pai em nome de Jesus ( Jo 16, 23b - 28)

Invocar o nome de Jesus significa expressar nossa fé nele, que provém de Deus. A fé e o amor por Jesus abre nosso ser a Deus, que em seu Filho Jesus, nos vê como filhos e por causa dele nos acolhe, provendo as exigências da nossa fé.

Devemos aprender e reaprender a orar m Nome de Jesus, isto é, crescer no seu conhecimento e graça.

A oração garante o atendimento dos nossos pedidos e então a nossa alegria será completa porque será a alegria que nasce da fé, a alegria de Deus que em nós realiza a sua vontade.



5. A IGREJA

5.1 - Igreja: Instituição Divina.

A Igreja Católica não foi fundada por homens. Foi o próprio Cristo Jesus quem instituiu a Igreja para levar a salvação, que Ele conquistou com seu sangue, a todos os povos de todos os tempos e lugares, até Ele voltar. Por isso, a Igreja não é uma instituição humana, mas sim, uma Instituição Divina.



Vamos entender porque Jesus fundou a Igreja.



O pecado, desde a origem, já no início da humanidade, quebrou a unidade e a comunhão dos homens com Deus, rompeu o plano divino de amor para com a humanidade.

Deus Pai nos criou para Si, para que fôssemos a Sua família, destinados a participar da Sua comunhão íntima e desfrutar da Sua vida bem-aventurada, isto é, da Sua felicidade perfeita, absoluta.

Porém, o pecado, que é toda ofensa a Deus, a mais triste realidade deste mundo, rompeu o belo plano de amor e “dispersou” os filhos de Deus, dilacerou Sua família. O homem se perdeu, se afastou do Criador, a fonte da sua vida e da sua felicidade, por tentação do demônio e por culpa própria. Deus não poderia ter impedido o homem de pecar porque o criou livre, Ele nos deu o livre arbítrio.

Então, para que a humanidade fosse salva, isto é, pudesse voltar para junto de Deus, reconciliada com o Criador, a culpa dos seus pecados deveria ser paga diante da justiça de Deus ofendida.



Através de pessoas e acontecimentos ao longo do tempo, Deus foi gradativamente revelando a Si mesmo e o seu plano para nós. Essa revelação não visava só um conhecimento intelectual, mas também existencial, vivo: conhecer a Deus para entrar em comunhão (união íntima e real) com Ele. Essa comunhão deveria envolver também os homens entre si.

Por isso, Deus escolheu o povo de Israel para ser o seu povo no meio da humanidade. No seu meio realizou prodígios, sinais da sua benevolência. Por meio deste povo, descendente de Abraão, o homem que por primeiro acreditou, a salvação chegaria a todos os povos da terra. Como um pai ou uma mãe que pouco a pouco ensina seu filho, assim Deus fez com o povo de Israel. Através de Moisés, dos Juízes e dos Profetas, ele formou, conduziu e instruiu o seu povo. Tudo isso era a preparação para a sua plena revelação e salvação da humanidade: o momento em que não mais um mensageiro, mas o próprio Filho de Deus feito homem viria viver no meio dos homens, afim de levar a humanidade “de volta” para Deus.



Não havia um homem sequer, por mais santo que fosse, que pudesse pagar a “dívida” à justiça de Deus ofendida. Então, o Verbo de Deus, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade (Jesus Cristo), por amor a cada um de nós, aceitou se encarnar e assumir a nossa natureza humana, carne e sangue, para como homem, e no lugar de cada homem, se entregar para morrer numa cruz, a fim de pagar à justiça divina o preço dos pecados de toda a humanidade.

São Pedro resumiu muito bem a salvação da humanidade nessas palavras: “Não é por bens perecíveis, como a prata e o ouro, que tendes sido resgatados... mas pelo precioso sangue de Cristo, o Cordeiro imolado e sem defeito algum”. (1Pd 1,18-19b)



Isto é a Salvação. Só Jesus a pode realizar. Pois, os pecados da humanidade assumem proporções infinitas diante de Deus, já que a Sua Majestade ofendida é infinita. Assim, somente Alguém que fosse, ao mesmo tempo, homem e Deus perfeitamente, poderia reparar as ofensas da humanidade diante da justiça de Deus, somente Jesus poderia oferecer um resgate de valor infinito. Foi o que Jesus fez, e que nenhum outro homem poderia fazer.



Antes de morrer, ressuscitar e voltar glorioso para o Pai (ascensão), Jesus passou uma fase de sua vida em meio aos homens, difundindo a Sua divindade entre todos e anunciando o Reino de Deus por meio de mensagens de salvação (fase que chamamos de vida pública de Jesus).



Cumprindo os desígnios divinos, Jesus haveria de voltar para o Pai. Porém, sua missão de anunciar a Reino de Deus à todos os povos e transmitir a salvação à toda criatura haveria de continuar até a consumação dos tempos. Por isso Jesus institui a Sua Igreja, com a finalidade de continuar a Sua missão aqui na Terra.



Dos 12 Apóstolos de Jesus, Simão Pedro tinha características de liderança. Então, um dia Jesus disse a ele: “Eu te declaro, tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno nunca prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra, será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra, será desligado nos céus”. (Mt 16, 18-19)



Com estas palavras, Jesus institui a Sua Igreja e se dirigiu à Pedro para confirmar o mandato de governá-la, deixando claro que a Igreja é “propriedade” Dele.



É preciso notar com atenção várias coisas nestas palavras de Jesus. Ele disse “a minha Igreja”, isto é, no singular e de maneira determinada. Ele não disse a Pedro, sobre ti edificarei “uma” Igreja, de maneira indeterminada, como se pudesse haver outras, mas “a” minha Igreja, no singular. Usou o artigo definido e no singular.

Só há então, uma Igreja Dele, esta que Ele próprio fundou e entregou à Pedro para apascentar, junto com os Apóstolos, o rebanho do Senhor.



No entanto, a Igreja de Cristo, é a Igreja de Pedro, é a Igreja Católica, que já teve 265 sucessores de Pedro (os Papas) e que se mantém numa corrente histórica ininterrupta desde Cristo até nós, nos dias de hoje, afim de que, por meio dela, a missão de Jesus seja fielmente continuada até a consumação dos tempos.



Todas as outras “igrejas” que surgiram com o passar do tempo, foram frutos do desligamento da única Igreja fundada por Cristo, formando facções fundadas simplesmente por homens, não conservando então, a sucessão de Pedro e nem a sucessão Apostólica.



Portanto, a Igreja Católica é a única que o próprio Cristo fundou e desejou neste mundo, para que, por meio dela a humanidade fosse levada de volta para Deus.





5.2 - Igreja: manifestada pelo Espírito Santo.

“Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos”. (Mt 28,20)

Foi com esta promessa que Jesus se despediu dos discípulos antes de subir ao céu.



Antes de Jesus sofrer a sua paixão, na noite da despedida, naquela última Santa Ceia memorável, Ele deixou bem claro para os Apóstolos, que eles teriam a assistência permanente do Espírito Santo. Jesus disse: “Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Paráclito (defensor), para que fique eternamente convosco. É o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós. Não vos deixarei órfãos.” (Jo 14-16-18b)



Jesus foi enfático, o Espírito Santo não só “permanecerá convosco”, mais ainda, “estará em vós”, eternamente.



Na mesma noite da despedida Jesus ainda disse aos Apóstolos: “Digo-vos estas coisas enquanto estou convosco. Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e recordará tudo o que vos tenho dito.” (Jo 14,25-26)



E ainda, naquela mesma noite, o Senhor disse-lhes mais uma vez: “Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. Quando vier o Paráclito, o Espírito da verdade, ensinar-vos-á toda a verdade...” (Jo 12-13)



Aqueles homens simples da Galiléia, não tinham condições de assimilar todas as verdades da fé, toda a teologia que hoje a Igreja conhece, depois de muito estudo e reflexão. Jesus, então lhes explicou que o Espírito Santo, o Espírito da verdade, os guiaria à verdade no futuro.



Então, depois de Jesus ter cumprido os desígnios do Pai aqui na Terra (Paixão, Morte e Ressurreição) e voltar glorioso para o Pai (ascensão), há o nascimento efetivo da Igreja de Cristo. Jerusalém, a cidade onde se desenrolou a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, foi também o berço da Igreja.



No dia da Ascensão, Jesus tinha dito: “O Espírito Santo descerá sobre vós e dele recebereis força. Sereis, então, minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e na Samaria, e até os confins da Terra.” (At 1,8).



Os Apóstolos deixaram Betânia, onde aconteceu a Ascensão e voltaram para Jerusalém, onde ficaram rezando, junto com Maria e alguns discípulos, num local chamado cenáculo. Estando eles todos reunidos em profunda oração, veio do céu um ruído semelhante ao de um vento muito forte que encheu toda a casa onde estavam. E apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo que se repousaram sobre a cabeça de cada um deles. A partir deste momento, os Apóstolos foram transformados. Era o Espírito Santo que formava, naquele dia, a primeira comunidade Cristã – a Igreja.



Era a festa de Pentecostes, uma das mais importantes festas dos judeus. Nesse dia, os judeus de todas as partes do Império Romano vinham a Jerusalém oferecer suas ofertas no Templo.



Pedro, dirigindo sua palavra a todos que ali se encontravam, falando em nome da Igreja recém-nascida, faz a sua primeira pregação sobre a Morte e a Ressurreição de Jesus Cristo, anúncio fundamental da pregação da Igreja. (cfr. At 2, 14-36) A partir de então, houve as primeiras conversões.



Assim começou a vida da primeira Comunidade Cristã. Os primeiros cristãos viviam unidos e tinham tudo em comum; vendiam suas propriedades e os seus bens e dividiam-nos entre todos, conforme as necessidades de cada um. Freqüentavam o templo assiduamente e louvavam a Deus com alegria. Cativavam a simpatia de todo o povo. (cfr. At 2, 42-47)



















Apesar de não serem aceitos pelas autoridades, os primeiros cristãos encontraram grande aceitação no meio do povo, especialmente entre os pobres. A pregação dos apóstolos e acima de tudo, a vida que eles apresentavam, testemunhando as próprias palavras, ia atraindo cada vez mais pessoas para o cristianismo.



O crescimento das primeiras comunidades cristãs criou conflito entre a sociedade antiga (romana) e a nova sociedade cristã, dando origem às grandes perseguições.



As pregações e o modo de ser dos primeiros cristãos incomodavam as autoridades, pois repudiavam as injustiças e opressões para com os menos favorecidos. Eles denunciavam e enfrentavam os governantes da época em relação às coisas que iam contra aos princípios deixados por Cristo. Por isso, os cristãos passaram a ser violentamente perseguidos, fazendo com que muitos deles se refugiassem em outras regiões. Isso, ao invés de enfraquecer a Igreja, fez com que ela crescesse e se expandisse para além da Palestina. Os cristãos, mesmos após fugirem, não abandonaram os ensinamentos recebidos dos Apóstolos, passando a anunciar a “Boa Nova” do Evangelho nos lugares onde foram habitar.

























Vimos então, que terminada a obra que o Pai havia confiado ao Filho para realizar na Terra, foi enviado o Espírito Santo no dia de Pentecostes para santificar e dar assistência permanentemente à Igreja. Foi então que a Igreja manifestou publicamente diante da multidão e começou a difusão do Evangelho pela pregação. A Igreja é, por sua própria natureza, missionária enviada por Cristo a todos os povos para fazer deles discípulos.



Para realizar sua missão, o Espírito Santo dota e dirige a Igreja mediante os diversos dons hierárquicos e carismáticos. Por isso a Igreja, enriquecida com os dons de seu Fundador e empenhando-se em observar fielmente seus preceitos de caridade, humildade e abnegação, recebeu a missão de anunciar o Reino de Cristo e de Deus e de estabelecê-lo em todos os povos sob à Luz do Espírito Santo.



“O Espírito Santo é a alma da Igreja.”



5.3 - Igreja somos nós, povo convocado.

A palavra “Igreja” (do grego <<“Ekklésia”>>) significa “convocação” ou também “povo convocado”. Designa a assembléia daqueles que a palavra de Deus convoca para formarem o Povo de Deus e que, alimentados pelo Corpo de Cristo, se tornam Corpo místico de Cristo.



Muitos pensam na Igreja como um grupo social, de pessoas reunidas com determinada finalidade, como qualquer outro fenômeno associativo. Assim, uma comunidade cristã seria algo como um grupo de amigos, um clube ou uma associação beneficente. Porém, Igreja não é isso.



Igreja somos nós! Igreja é comunidade viva, é viver em comunhão, é povo convocado a ser “soldado” de Cristo. E sendo Igreja, temos um grande compromisso para com nossos irmãos, vivendo a Boa Nova de Jesus. É necessário que vivamos o amor de Jesus Cristo e que coloquemos em comum tudo aquilo que temos, como nos falam os Atos dos Apóstolos (cfr. At 2, 42-47).



A união concreta dos cristãos é uma tarefa de todo dia. Por isso, devemos ter o sentido de responsabilidade, isto é, devemos contribuir com as nossas próprias qualidades e aptidões (dons), para atender às necessidades de todos os nossos irmãos.



A Igreja, então, não é uma casa, um prédio. Nem somente o Papa, os Bispos e os Padres. Eles também são Igreja e estão a serviço da Igreja. Porém, Igreja é toda a família de Deus, Igreja somos todos nós. Portanto, a realidade de “Igreja-Povo-Comunidade Viva” é um compromisso que depende muito de todos nós.



Nós, Igreja, somos unidos em Cristo por um vínculo, uma ligação espiritual e real.



São Paulo, numa de suas cartas aos Coríntios, nos fala: “Somos um só corpo, que é formado de muitas partes” (1Cor 12,20). Este “corpo” que São Paulo diz, é a Igreja, corpo místico de Cristo. Essas “muitas partes”, somos nós, membros do corpo místico de Cristo. E a cabeça deste corpo místico, é o próprio Cristo.



Entramos neste corpo místico de Cristo, no momento de nosso Batismo: pelo poder de Deus, pelo sinal da água e pelas palavras transmitidas pelo próprio Cristo. Ou seja, pelo nosso Batismo, nos incorporamos à Igreja de Cristo. Cada um que é batizado é enxertado em Jesus, como um ramo é enxertado em um tronco e passa a fazer parte dele.



Pela Igreja, somos membros de Cristo. Portanto, Cristo vive na sua Igreja! Daí então, em nós e através de nós vai se realizando no mundo o plano de Salvação: pelo anúncio da Palavra de Deus, pela celebração dos Sacramentos que tornam presente e realizam a salvação, pelo testemunho de vida e pela ação de cada um de nós. Em nós e através de todos nós, unidos num mesmo Corpo, que é a Igreja, unidos à Cabeça desse Corpo, que é Cristo, que nos conduz através dos Apóstolos e de seus sucessores (os Bispos em comunhão com o Papa, sucessor de Pedro), pelo poder da assistência do Espírito Santo, vamos sendo “Sal da Terra e Luz do Mundo”, caminhando em direção ao Reino de Deus.









































Embora a Igreja seja constituída de homens, nunca devemos nos esquecer de sua divindade. A Igreja está na história, mas ao mesmo tempo a transcende. É unicamente “com os olhos da fé” que se pode enxergar em sua realidade visível, ao mesmo tempo, uma realidade espiritual, portadora de vida divina.



5.4 - Igreja: Una, Santa, Católica e Apostólica.

Esses quatros atributos, inseparavelmente ligados entre si, indicam traços essenciais da Igreja e de sua missão. A Igreja não os tem de si mesma; é Cristo que pelo Espírito Santo, dá a sua Igreja o ser una, santa, católica e apostólica, e é também Ele que a convida a realizar cada uma dessas qualidades.



Só a fé pode reconhecer que a Igreja recebe estas propriedades de sua fonte divina. Mas as manifestações históricas delas constituem sinais que falam com clareza à razão humana. A Igreja, em razão de sua santidade, de sua unidade católica, de sua constância invicta, é ela mesma um grande e perpétuo motivo de credibilidade e uma prova irrefutável de sua missão divina.



A Igreja é una.



Eis o mistério sagrado da unidade da Igreja:

A Igreja é una por sua fonte: Deste mistério, o modelo supremo e o princípio é a unidade de um só Deus na Trindade de Pessoas, Pai e Filho no Espírito Santo.

A Igreja é una por seu Fundador: Pois o próprio Filho encarnado, príncipe da paz, por sua cruz reconciliou todos os homens com Deus, restabelecendo a união de todos em um só Povo, em um só Corpo.

A Igreja é una por sua “alma”: O Espírito Santo que habita nos crentes, que plenifica e rege toda a Igreja, realiza esta admirável comunhão dos fiéis e os une tão intimamente em Cristo, que Ele é o princípio de Unidade da Igreja.



A única Igreja de Cristo é aquela que nosso Salvador, depois de sua Ressurreição, entregou à Pedro para que fosse seu pastor e confiou e ele e aos demais Apóstolos para propagá-la e regê-la. Esta Igreja, constituída e organizada neste mundo, subsiste na Igreja Católica governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele.



Cristo dá sempre à sua Igreja o dom da unidade, mas a Igreja deve sempre orar e trabalhar para manter, reforçar e aperfeiçoar a unidade de seus discípulos: “Que todos sejam um. Como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que eles estejam em nós, afim de que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17,21). O desejo de reencontrar a unidade de todos os cristãos é um dom de Cristo e convite do Espírito Santo.



Portanto, a Igreja é una, pois tem um só Senhor, professa uma só fé, nasce de um só Batismo, forma um só Corpo, vivificado por um só Espírito, em vista de uma única esperança, no fim da qual serão superadas todas as divisões.



A Igreja é santa.



A Igreja é, aos olhos da fé, indefectivelmente santa, ou seja, não é perfeita, mas santa. Pois Cristo, Filho de Deus, que com o Pai e o Espírito Santo, amou a Igreja como sua Esposa. Por ela se entregou com o fim de santificá-la. Uniu-a a si como seu corpo e cumulou-a com o dom do Espírito Santo, para a glória de Deus.



A Igreja, unida a Cristo, é santificada por ele; por Ele e nele torna-se também santificante. Todas as obras da Igreja tendem à santificação dos homens em Cristo e à glorificação de Deus. É na Igreja que está depositada a plenitude dos meios de salvação. É nela que adquirimos a santidade pela graça de Deus.



Já na terra, a Igreja está ornada de verdadeira santidade, embora imperfeita.



Enquanto Cristo, santo, inocente, imaculado, não conheceu o pecado, mas veio para redimir os pecados do povo, a Igreja, reunindo em seu próprio seio os pecadores, ao mesmo tempo santa e sempre necessitada de purificar-se, busca sem cessar a penitência e a renovação. Todos os membros da Igreja devem reconhecer-se pecadores. Em todos eles o “joio” do pecado continua ainda mesclado ao “trigo” do Evangelho até o fim dos tempos. A Igreja reúne, portanto, pecadores alcançados pela salvação de Cristo, mas ainda em via de santificação. A igreja é, então, o povo santo de Deus.



A Igreja é católica.



A palavra “católico” significa “universal”. A Igreja é católica no sentido de totalidade e de integralidade.



Ela é católica porque nela Cristo está presente. Onde está Cristo Jesus, está a Igreja Católica. Nela subsiste a plenitude do Corpo de Cristo unido à sua Cabeça, o que implica que ela recebe dele a plenitude dos meios de salvação que Ele quis: confissão de fé correta e completa, vida sacramental integral e ministério ordenado na sucessão apostólica. Este é o sentido de totalidade da Igreja católica.



Ela é católica porque é enviada em missão por Cristo à universalidade do gênero humano. Todos os homens são chamados a pertencer ao novo Povo de Deus. Por isso, este Povo, permanecendo uno e único, deve estender-se a todo o mundo e por todos os tempos, para que se cumpra a desígnio da vontade de Deus, que no início formou uma só natureza humana e finalmente decretou congregar seus filhos que estavam dispersos. Este caráter de universalidade que marca o povo de Deus é um dom do próprio Senhor, pelo qual a Igreja Católica, de maneira eficaz e perpétua, tende a recapitular toda a humanidade com todos os seus bens sob Cristo Cabeça, na unidade do seu Espírito. Este é o sentido de integralidade da Igreja católica.



A Igreja é, por sua própria natureza, missionária. Pois, a missão é uma exigência da catolicidade a ela confiada por Jesus. “Ide, portanto, e fazei que todos os povos se tornem discípulos,... ensinando-os a observar tudo quanto vos ordenei. E eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos tempos.” (Mt 28,19-20)



A Igreja é apostólica.



A Igreja é apostólica por ser fundada sobre os Apóstolos.



O Senhor dotou sua comunidade de uma estrutura que permanecerá até a plena consumação do Reino. Ele escolheu Doze Apóstolos, tendo Pedro como chefe. Eles são as pedras de fundação (“alicerce”) da Igreja de Cristo. Nos Apóstolos, continua a missão de Jesus: “Como o Pai me enviou, eu também vos envio” (Jo 20,21).



O que garante a originalidade e autenticidade da Igreja Católica e sua continuidade até hoje é a sucessão apostólica, desde os primeiros Apóstolos escolhidos diretamente por Jesus. Isso, além de ser um fato divino, é um fato histórico e inegável.



Fora dessa sucessão que vem diretamente de Cristo, não há legitimidade e infalibilidade para se atuar em seu Nome. Só a Igreja Católica, por graça especial de Deus, guarda intacta essa sucessão.



Muito cedo a Igreja tomou consciência de que a sua “identidade e missão” estava ligada e dependia do colégio dos Doze Apóstolos, e seus sucessores, os Bispos. Quando nos primeiros séculos surgia uma doutrina nova, às vezes uma heresia, o critério do discernimento era o da apostolicidade: “esta doutrina está de acordo com o que ensinaram os Apóstolos? Está em conformidade com o que ensina a Igreja de Roma, onde foram martirizados Pedro e Paulo?” Essas eram as perguntas mais importantes para se chegar ao discernimento. Isto porque os Apóstolos foram as testemunhas oculares do Senhor e Dele receberam diretamente tudo o que Ele ensinou.



Jesus garantiu aos Apóstolos que ouvi-los é ouvir a Ele mesmo e ao Pai. Um dia disse-lhes: “Quem vos ouve, a Mim vos ouve, e quem vos rejeita a Mim rejeita; e quem Me rejeita, rejeita aquele que Me enviou” (Lc 10,16).



Para que a transmissão do Evangelho, e da graça dada pelos Sacramentos, chegasse então aos confins da terra e dos tempos, os Apóstolos foram preparando os pastores das comunidades, seus sucessores.



Conforme as necessidades de cada tempo, os Apóstolos iam definindo as “normas” da Igreja, que foram formando a Sagrada Tradição Apostólica. A principal preocupação deles era com a “sã doutrina”, fiel àquilo que tinham recebido de Jesus. Essa Tradição Apostólica é tão importante e legítima quanto a própria Bíblia.



É nesta ordem e sucessão que a Tradição dada à Igreja desde os Apóstolos, e a pregação da verdade, chegaram até nós.



























A Igreja Católica é também chamada de Romana por ter sua sede, a Santa Sé, em Roma. Esta denominação, embora não seja uma exigência doutrinária, não é gratuita. Firmando a sede de Sua Igreja exatamente no coração do Império Romano, aquele que quis destruir a Igreja e que sacrificou milhares de mártires, com isto Cristo mostrou ao mundo que a Sua Igreja é invencível, e que jamais os poderes deste mundo a vencerão.



5.5 - A constituição hierárquica e a organização da Igreja.

O próprio Cristo é a fonte do ministério da Igreja. Institui-a, deu-lhe autoridade e missão, orientação e finalidade: Para apascentar e aumentar sempre o povo de Deus, Cristo Senhor instituiu em sua Igreja uma variedade de ministérios que tendem ao bem de todo o Corpo. Pois, os ministros que são revestidos do sagrado poder, servem a seus irmãos para que todos os que formam o povo de Deus cheguem a salvação.



O enviado do Senhor fala e age não por autoridade própria, mas em virtude da autoridade de Cristo; não como simples membro da comunidade, mas falando a ela em nome de Cristo. Ninguém pode conferir a si mesmo a graça; ela precisa ser dada e oferecida. Isto supõe que os ministros sagrados da graça sejam autorizados e habilitados por parte de Cristo. Dele, o Papa, os Bispos e os Presbíteros (padres) recebem a missão e o poder sagrado de agir na pessoa de Cristo-Cabeça, os diáconos a força de servir o Povo de Deus na Liturgia, da palavra e da caridade, em comunhão com o Bispo e seus presbíteros. Esses ministérios da Igreja são conferidos por um sacramento específico (Sacramento da Ordem).



Intrinsecamente ligado à natureza sacramental do ministério eclesial está o seu caráter de serviço. Com efeito, inteiramente dependentes de Cristo, que dá missão e autoridade, os ministros são verdadeiramente “servos de Cristo”.

Igualmente, é de natureza sacramental do ministério eclesial que exista um caráter colegial. Efetivamente, desde o início de seu ministério o Senhor Jesus institui os Doze. Escolhidos conjuntamente, são também enviados conjuntamente, e sua união fraterna estará a serviço da comunhão fraterna de todos os fiéis. Por isso, todo Bispo exerce seu ministério dentro do colégio episcopal, em comunhão com o Bispo de Roma e sucessor de Pedro (o Papa); os presbíteros exercem seu ministério dentro do presbitério da diocese, sob a direção de seu Bispo.

Finalmente, é de natureza sacramental do ministério eclesial que haja um caráter pessoal. “Tu, segue-me” (Jo 21,22). Cada um é chamado pessoalmente para ser testemunha pessoal, assumindo pessoalmente a responsabilidade diante daquele que dá a missão, agindo “em sua pessoa” em favor de pessoas.



Para manter a Igreja na pureza da fé transmitida pelos Apóstolos, Cristo quis conferir à sua Igreja uma participação em sua própria infalibilidade, a fim de garantir-nos a possibilidade objetiva de professarmos sem erro a fé autêntica. Isso nos é dado pelo Magistério Vivo da Igreja, que é o ofício pastoral que a Igreja tem, de interpretar autenticamente a Palavra de Deus escrita ou transmitida, ser depositaria das verdades de nossa fé, e nos ensinar.





O Papa



Embora seja divina, a Igreja é formada de homens. E sendo humana, Cristo, Cabeça invisível da Igreja, quis que ela tivesse uma “cabeça visível”, que fosse o seu fator de unidade.



Ao instituir a Igreja, a partir do Colégio dos Doze Apóstolos, Jesus o quis como um grupo estável e escolheu Pedro para chefiá-lo. Jesus quis que Pedro (e seus sucessores) fosse o seu Vigário (representante) na terra, pois sabia que sem uma “cabeça visível”, o Corpo se dividiria.



Somente Simão, a quem deu o nome de Pedro, o Senhor constituiu em pedra de sua Igreja. Entregou-lhe as “chaves” da mesma, institui-o pastor de todo o rebanho. Porém, a função de “ligar e desligar”, que foi dado a Pedro, consta que também foi dada ao colégio dos Apóstolos, unido a seu chefe. Este ofício pastoral de Pedro e dos outros Apóstolos é continuado pelos Bispos sob o primado do Papa.



O colégio ou corpo episcopal não tem autoridade se nele não se considerar incluído, como chefe, o Romano Pontífice, ou seja, o “poder” dos Bispos não pode ser exercido senão com o consentimento do Papa. Enquanto composto de muitos, este colégio episcopal, exprime a variedade e a universalidade do Povo de Deus e, enquanto unido sob um só chefe, exprime a unidade do rebanho de Cristo.





Os Cardeais

O Colégio dos Cardeais ou Colégio Cardinalício é o grupo de Cardeais da Igreja Católica, responsáveis por assistir o Papa, em suas tarefas administrativas, religiosas e pastorais. Essa assistência se dá tanto colegialmente, quando são convocados para tratar juntos questões de mais importância, como pessoalmente, mediante as diversas funções que desempenham, ajudando sobretudo ao Papa em seu governo cotidiano da Igreja universal. Também é de responsabilidade do Colégio Cardinalício, prover à eleição do Romano Pontífice. Quando se reunem, após a morte de um Papa, para votar no seu sucessor, formam o chamado Conclave.

Aqueles que têm mais de 80 anos, não podem participar no conclave. Deixam também de ser Membros dos Escritórios da Cúria Romana ou de qualquer outro organismo da Santa Sé. No Conclave, os Cardeais se isolam na Capela Sistina no Vaticano, e ficam reunidos até que elejam o novo Sumo Pontifice. É preciso que o eleito obtenha, 2/3 mais 1 dos votos.

Como conselheiros do Papa, os cardeais atuam colegialmente com ele, através dos Consistórios, que o Romano Pontífice convoca e se desenvolvem sob sua presidência. Os Consistórios podem ser ordinários ou extraordinários. No consistório ordinário se reúnem os cardeais presentes em Roma, outros bispos, sacerdotes e convidados especiais. O Papa convoca estes Consistórios para fazer alguma consulta sobre questões importantes ou para dar solenidade especial a algumas celebrações. Ao Consistório extraordinário são chamados todos os cardeais e se celebra quando requerem algumas necessidades especiais da Igreja ou assuntos de maior gravidade.

Durante o período de "sede vacante" da Sé Apostólica (período que vai desde o falecimento de um Papa até a escolha de seu sucessor), o Colégio Cardinalício desempenha uma importante função no governo geral da Igreja e também no governo do Estado da Cidade do Vaticano.

Existem três tipos, ou ordens de cardeais, os cardeais-bispos, cardeais-presbíteros e cardeais-diáconos. O Papa João XXIII, conservou a divisão do Colégio Cardinalício nas três ordens apontadas, mas dispôs que todos devem receber a ordenação episcopal. É contudo habitual a nomeação de alguns presbíteros para o Colégio Cardinalício.

A criação de Cardeais se dá por decreto do Romano Pontífice, que elege para ser seus principais colaboradores e assistentes. São nomeados pelo Papa em ocasiões específicas na presença dos restantes membros do Colégio Cardinalício (consistório). O Colégio Cardinalício tem se internacionalizado notavelmente nos últimos 30 anos. Os requisitos para serem eleitos são: homens que receberam a ordenação sacerdotal e se distinguem por sua doutrina, piedade e prudência no desempenho de seus deveres.

O número de cardeais eleitores tem variado ao longo da história. Em 1586 o Papa Sisto V fixou o seu número em setenta. No consistório de 1973, o Papa Paulo VI limitou o número de cardeais eleitores a 120, o que foi mantido pelo Papa João Paulo II. A 13 de Julho de 2006 e após o primeiro consistório do Papa Bento XVI (24 de Março de 2006) o Colégio dos Cardeais contava com 191 membros dos quais 120 eram eleitores.















Os Bispos



Os Bispos são os sucessores dos Apóstolos e têm a missão de pastorear a comunidade de fiéis a eles confiada (diocese), auxiliados pelos presbíteros e pelos diáconos. Eles, individualmente, são o visível princípio e fundamento da unidade em suas Igrejas locais (ou Igreja diocesana, ou ainda Igreja particular).



O poder que Jesus conferiu aos seus Apóstolos é transmitido de geração em geração, numa corrente histórica ininterrupta, para os seus sucessores. Conforme atesta Santo Irineu: “A Tradição Apostólica é manifestada e guardada em todo o mundo por aqueles que foram instituídos Bispos pelos Apóstolos e são seus sucessores até nós”.



A missão do Bispo é perpetuar os ensinamentos de Cristo, pois a missão divina confiada aos Apóstolos deve durar até o fim dos tempos. Ao Bispo cabe a tarefa de governar a diocese, exercendo o ministério de ensinar, santificar e dirigir a parcela do povo de Deus a ele confiada. Também lhe cabe a tarefa de coordenar os trabalhos administrativos, econômicos e jurídicos da diocese, sendo o responsável por ela perante a sociedade civil. Ele é a autoridade maior da diocese, mas necessita da indispensável cooperação dos sacerdotes, diáconos, religiosos e agentes de pastoral leigos. Afinal, a Igreja é o povo de Deus.



Compete ainda ao Bispo, ordenar sacerdotes e diáconos, administrar o Sacramento da Crisma, criar ou suprimir paróquias, nomear e transferir párocos, nomear coordenadores de movimentos pastorais diocesanos e promover outros atos pastorais e administrativos. Nenhuma atividade pastoral eclesial tem valor se não contar com sua aprovação. Etimologicamente, a palavra “bispo” vem de “episcopo”, formado de dois elementos de origem grega: “epi” – sobre, por cima e “scopein” – olhar, examinar, observar. Portanto, o Bispo é aquele que “olha de cima”, isto é, dirige e coordena toda a diocese confiada a seu pastoreio.





A Santa Sé – Vaticano



Santa Sé ou Sé Apostólica é o centro administrativo e pastoral da Igreja, tendo à frente o Papa. Compreende a Secretaria de Estado, as diversas congregações e outros organismos.



A Cidade do Vaticano é um estado, com autonomia política, graças ao Tratado de Latrão, assinado em 11 de fevereiro de 1929, no pontificado de Pio XI. É o menor país, com apenas 0,44 km2. Está situado no "Mons Vaticanus", a "oitava colina" de Roma. As suas fronteiras são as Muralhas Leoninas e o círculo de mármore, no solo, onde confluem os dois braços da colunata de Bernini, na Praça São Pedro. No Vaticano, destaca-se a basílica, construída sobre o túmulo do apóstolo São Pedro, o primeiro Papa.



Cúria Romana:



A Cúria Romana é o conjunto de órgãos e pessoas que auxiliam o Papa no governo da Igreja, tanto na ordem espiritual quanto material. Em nome e com a autoridade dele, exercem seu ofício para o bem das Igrejas e em serviço dos Sagrados Pastores.



A Cúria Romana está assim constituída:



- Secretaria de Estado: Secretário de Estado

I Seção – Assuntos gerais

II Seção – Relações com os Estados

O Secretário de Estado é o encarregado dos serviços diplomáticos e também preside às reuniões gerais dos dicastérios (as congregações e outros organismos pontifícios).

- Congregações: Doutrina da Fé; Igrejas Orientais; Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos; Causas dos Santos; Bispos (na qual se inclui a Pontifícia Comissão para a América Latina); Evangelização dos Povos (na qual se inclui o Supremo Comitê das Pontifícias Obras Missionárias); Clero (na qual se inclui o Conselho Internacional para a Catequese); Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, e Educação Católica.

- Pontifícios Conselhos: Leigos; Promoção da Unidade dos Cristãos (no qual se inclui a Comissão para as Relações Religiosas com o Judaísmo); Família; Justiça e Paz; “Cor Unum”; Pastoral dos Migrantes e Itinerantes; Pastoral no Campo da Saúde; Interpretação dos Textos Legislativos; Diálogo Inter-religioso (no qual se inclui a Comissão para as Relações Religiosas com os Muçulmanos); Cultura, e Comunicações Sociais.

- Tribunais: Supremo Tribunal da Signatura Apostólica e Tribunal da Rota Romana.

- Departamentos: Câmara Apostólica, Administração do Patrimônio da Sé Apostólica e Prefeitura para os Assuntos Econômicos da Santa Sé.

- Outros organismos: Prefeitura da Casa Pontifícia, Departamento para as Celebrações Litúrgicas do Santo Padre, Sala de Imprensa da Santa Sé, Departamento Central de Estatísticas da Igreja e Guarda Suíça.

- Comissões e Comitês: Pontifícia Comissão para os Bens Culturais da Igreja, Pontifícia Comissão de Arqueologia Sacra, Pontifícia Comissão Bíblica, Comissão Teológica Internacional, Pontifícia Comissão “Ecclesia Dei”, Pontifício Comitê para os Congressos Eucarísticos Internacionais, Pontifício Comitê das Ciências Históricas e Comissão Disciplinar da Cúria Romana.

- Instituições vinculadas à Santa Sé: Arquivo Vaticano, Biblioteca Apostólica Vaticana, Pontifícia Academia das Ciências, Pontifícia Academia das Ciências Sociais, Pontifícia Academia para a Vida, Fábrica de São Pedro, Esmolaria Apostólica, Tipografia Vaticana “Poliglotta”, Libreria Editrice Vaticana, Rádio Vaticano, Centro Televisivo Vaticano e Jornal “L´Osservatore Romano”.



Nunciatura Apostólica:



É o organismo que representa a Santa Sé em cada país. Também tem a função de embaixada do Estado do Vaticano. É dirigida pelo Núncio Apostólico.

O Núncio Apostólico, como Legado do Romano Pontífice, representa o Papa junto às Igrejas particulares (dioceses, arquidioceses) e também junto aos Estados e autoridades públicas. É o embaixador do Estado do Vaticano, o representante do papa em cada país. Sua principal missão é tornar sempre mais firmes e eficazes os vínculos de unidade entre a Sé Apostólica e as Igrejas particulares. Também tem o encargo de promover e estimular as relações entre a Santa Sé e as autoridades, tratando das questões concernentes às relações entre a Igreja e o Estado.

O atual Núncio Apostólico no Brasil é Dom Lorenzo Baldisseri, nomeado em 12 de novembro de 2002.





O Papa Bento XVI



Bento XVI – cujo nome significa “abençoado por Deus” – é o 265º papa da história.



O Cardeal Joseph Ratzinger, Papa Bento XVI, nasceu em Marktl am Inn, diocese de Passau (Alemanha), no dia 16 de Abril de 1927 (Sábado Santo), e foi batizado no mesmo dia. O seu pai, comissário da polícia, provinha duma antiga família de agricultores da Baixa Baviera, de modestas condições econômicas. A sua mãe era filha de artesãos de Rimsting, no lago de Chiem, e antes de casar trabalhara como cozinheira em vários hotéis.



Passou a sua infância e adolescência em Traunstein, uma pequena localidade perto da fronteira com a Áustria, a trinta quilômetros de Salisburgo. Foi neste ambiente, que recebeu a sua formação cristã, humana e cultural.



O período da sua juventude não foi fácil. A fé e a educação da sua família prepararam-no para enfrentar a dura experiência daqueles tempos, em que o regime nazista mantinha um clima de grande hostilidade contra a Igreja Católica. O jovem Joseph viu os nazistas açoitarem o pároco antes da celebração de uma Santa Missa.



Precisamente nesta complexa situação, descobriu a beleza e a verdade da fé em Cristo; fundamental para ele foi a conduta da sua família, que sempre deu um claro testemunho de bondade e esperança, radicada numa conscienciosa pertença à Igreja. Recebeu a Ordenação Sacerdotal em 29 de Junho de 1951.



Um ano depois, começou a sua atividade de professor na Escola Superior de Freising. No ano de 1953, doutorou-se em teologia com a tese «Povo e Casa de Deus na doutrina da Igreja de Santo Agostinho».



Depois de desempenhar o cargo de professor de teologia dogmática e fundamental na Escola Superior de Filosofia e Teologia de Freising, continuou a docência em Bonn, em Münster, e em Tubinga. A partir do ano de 1969, passou a ser catedrático de dogmática e história do dogma na Universidade de Ratisbona, onde ocupou também o cargo de Vice-Reitor da Universidade.



De 1962 a 1965, prestou uma notável contribuição ao Concílio Vaticano II como «perito»; viera como consultor teológico do Cardeal Joseph Frings, Arcebispo de Colônia.



A sua intensa atividade científica levou-o a desempenhar importantes cargos ao serviço da Conferência Episcopal Alemã e na Comissão Teológica Internacional.



Em 25 de Março de 1977, o Papa Paulo VI nomeou-o Arcebispo de München e Freising. A 28 de Maio seguinte, recebeu a sagração episcopal. Foi o primeiro sacerdote diocesano, depois de oitenta anos, que assumiu o governo pastoral da grande arquidiocese bávara. Escolheu como lema episcopal: «Colaborador da verdade». Paulo VI criou-o Cardeal, do título presbiteral de “Santa Maria da Consolação no Tiburtino”, no Consistório de 27 de Junho desse mesmo ano.



Em 1978, participou no Conclave, celebrado de 25 a 26 de Agosto, que elegeu João Paulo I;. No mês de Outubro desse mesmo ano, participou também no Conclave que elegeu João Paulo II.



João Paulo II nomeou-o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e Presidente da Pontifícia Comissão Bíblica e da Comissão Teológica Internacional, em 25 de Novembro de 1981. Foi Presidente da Comissão encarregada da preparação do Catecismo da Igreja Católica, a qual, após seis anos de trabalho (1986-1992), apresentou ao Santo Padre o novo Catecismo.



Na Cúria Romana, foi Membro do Conselho da Secretaria de Estado para as Relações com os Estados; das Congregações para as Igrejas Orientais, para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, para os Bispos, para a Evangelização dos Povos, para a Educação Católica, para o Clero, e para as Causas dos Santos; dos Conselhos Pontifícios para a Promoção da Unidade dos Cristãos, e para a Cultura; do Tribunal Supremo da Signatura Apostólica; e das Comissões Pontifícias para a América Latina, «Ecclesia Dei», para a Interpretação Autêntica do Código de Direito Canônico, e para a revisão do Código de Direito Canônico Oriental.



Entre as suas numerosas publicações, ocupam lugar de destaque o livro «Introdução ao Cristianismo», uma compilação de lições universitárias publicadas em 1968 sobre a profissão de fé apostólica, e o livro «Dogma e Revelação» (1973), uma antologia de ensaios, homilias e meditações, dedicadas à pastoral.



No decurso dos anos, continuou abundante a série das suas publicações, constituindo um ponto de referência para muitas pessoas, especialmente para os que queriam entrar em profundidade no estudo da teologia. Em 1985 publicou o livro-entrevista «Relatório sobre a Fé» e, em 1996, «O sal da terra». E, por ocasião do seu septuagésimo aniversário, publicou o livro «Na escola da verdade», onde aparecem ilustrados vários aspectos da sua personalidade e da sua obra por diversos autores.



No dia 19 de abril de 2005, o cardeal alemão Joseph Ratzinger foi eleito Papa, adotando o nome de Bento XVI. A cerimônia de início solene de seu pontificado foi celebrada no dia 24, com missa solene na Praça São Pedro.





CNBB



Todo país tem um organismo que congrega seus Bispos. No caso do Brasil, este organismo é a CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.



A CNBB, fundada em 14 de outubro de 1952, congrega todos os bispos católicos brasileiros e tem se revelado como um organismo pastoral atuante, empenhado na evangelização, na promoção da dignidade humana, na luta pela justiça social e pelos direitos humanos.



A vida e missão da CNBB são iluminadas pelo Objetivo Geral da Ação Evangelizadora. O atual, definido na 41ª Assembléia Geral, realizada de 30 de abril a 9 de maio de 2003, é: “Evangelizar proclamando a Boa-Nova de Jesus Cristo, caminho para a santidade, por meio do serviço, diálogo, anúncio e testemunho de comunhão, à luz da evangélica opção pelos pobres, promovendo a dignidade da pessoa, renovando a comunidade, formando o povo de Deus e participando da construção de uma sociedade justa e solidária, a caminho do Reino definitivo.”



NATUREZA E MISSÃO: A CNBB é a instituição permanente que congrega os bispos da Igreja Católica no país. De acordo com seu Estatuto Canônico, tem como natureza e missão:

• ser espaço de encontro e de diálogo para os bispos, com vistas ao apoio mútuo, orientação e encorajamento recíprocos;

• concretizar e aprofundar a comunhão e o afeto colegial entre eles;

• promover sua permanente formação e atualização;

• estudar assuntos de interesse comum da Igreja no país;

• promover melhor a vida eclesial e a pastoral orgânica;

• facilitar a convergência da ação evangelizadora;

• exercer o magistério doutrinal;

• favorecer a comunhão e a participação na vida e nas atividades da Igreja das diversas parcelas do povo de Deus;

• representar o episcopado brasileiro junto a outras instâncias;

• cuidar do relacionamento com os poderes públicos a serviço do bem comum;

• realizar evangelicamente seu serviço de amor na edificação de uma sociedade justa, fraterna e solidária.



A CNBB está dividida em 17 Conselhos Episcopais Regionais, conhecidos como Regionais. São estes:



1- NORTE 1 (Norte do Amazonas e Roraima)

2- NORTE 2 (Amapá e Pará)

3- NORDESTE 1 (Ceará)

4- NORDESTE 2 (Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte)

5- NORDESTE 3 (Bahia e Sergipe)

6- NORDESTE 4 (Piauí)

7- NORDESTE 5 (Maranhão)

8- LESTE 1 (Rio de Janeiro)

9- LESTE 2 (Espírito Santo e Minas Gerais)

10- SUL 1 (São Paulo)

11- SUL 2 (Paraná)

12- SUL 3 (Rio Grande do Sul)

13- SUL 4 (Santa Catarina)

14- CENTRO-OESTE (Distrito Federal, Goiás, Tocantins e parte do Mato Grosso)

15- OESTE 1 (Mato Grosso do Sul)

16- OESTE 2 (Mato Grosso)

17- NOROESTE (Acre, sul do Amazonas e Rondônia)





A Diocese de Piracicaba



A Igreja Católica é dividida em regiões que recebem o nome de Diocese (ou Igreja Particular, ou Igreja Diocesana, ou ainda, Igreja Local). Diocese é a parcela do povo de Deus confiada ao governo de um Bispo.



"Diocese é a porção do povo de Deus confiada a um bispo para que a pastoreie em cooperação com o presbitério, de tal modo que, unida a seu pastor e por ele congregada no Espírito Santo mediante o Evangelho e a Eucaristia, constitua uma Igreja particular, na qual verdadeiramente está e opera a una, santa, católica e apostólica Igreja de Cristo.” (Concílio Vaticano II – Decreto “Christus Dominus”, 11)



A Diocese de Piracicaba foi criada pelo Papa Pio XII, em 26 de fevereiro de 1944, através da bula “Vigil Campinensis Ecclesiae” e instalada solenemente em 11 de junho do mesmo ano, pelo Núncio Apostólico Dom Bento Aloisi Masella.



Nossa diocese pertence ao Sub-regional Campinas, juntamente com as dioceses de Amparo, Bragança Paulista, Campinas, Limeira e São Carlos. Essas dioceses também formam a Província Eclesiástica de Campinas.



A Diocese de Piracicaba, na pessoa do bispo, está em comunhão com todas as dioceses do Brasil através da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Integra também o Conselho Episcopal Regional Sul-1 da CNBB (que compreende as 6 arquidioceses e 35 dioceses do estado de São Paulo). O Regional Sul-1 organiza-se em oito Sub-regiões Pastorais (conhecidas como Sub-regionais).





Bispos diocesanos:



- Dom Ernesto de Paula (1945-1960)

- Dom Aníger Francisco de Maria Melillo (1960-1984)

- Dom Eduardo Koaik (1980-2002)

- Dom Moacyr José Vitti (2002-2004)

- Dom Fernando Mason (posse canônica: 24 de julho de 2005)





Organização:



Dividida em seis regiões pastorais, a diocese compreende:

53 paróquias - 6 quase-paróquias - 2 santuários marianos.



Conta com o trabalho de 59 padres diocesanos, 43 padres religiosos e 33 diáconos permanentes. Nela estão presentes 7 congregações religiosas masculinas e 13 femininas.



A diocese conta, ainda, com o trabalho de pastorais, movimentos, associações apostólicas, entidades sociais e outros organismos.





Seminários:



Para a formação dos futuros sacerdotes, a diocese tem dois seminários:

- Seminário Propedêutico “Imaculada Conceição”, em Piracicaba;

- Seminário Filosófico e Teológico “São José”, em Campinas.





Território:



Extensão territorial: 4.663,2 km2

População – 921.845 habitantes (segundo dados do IBGE-julho de 2006).







A nossa diocese compreende 15 municípios:



- Águas de São Pedro

- Capivari

- Charqueada

- Corumbataí

- Ipeúna

- Mombuca

- Piracicaba

- Rafard

- Rio Claro

- Rio das Pedras

- Saltinho

- Santa Bárbara D'Oeste

- Santa Gertrudes

- Santa Maria da Serra

- São Pedro.





Regiões Pastorais:



A Diocese de Piracicaba abrange 15 municípios. Em sua organização pastoral, está dividida em seis regiões pastorais, com 53 paróquias e 6 quase-paróquias:



Região Pastoral Piracicaba I – compreende 12 paróquias e 3 quase-paróquias:

Imaculada Conceição

Nossa Senhora dos Prazeres

Sagrada Família

Sagrado Coração de Jesus

Sant'Ana

Santa Cruz e São Dimas

Santa Teresinha

Santo Antônio – Catedral

São Judas Tadeu

São Lucas

São Pedro

Senhor Bom Jesus do Monte

e as quase-paróquias Divino Pai Eterno, Imaculada Conceição e Sant'Ana e São João Batista.



Região Pastoral Piracicaba II – compreende 10 paróquias e 2 quase-paróquias:

Imaculado Coração de Maria

Menino Jesus de Praga

Nossa Senhora Aparecida

Santa Catarina

Santa Clara

São Francisco de Assis

São Francisco Xavier

São José

Sagrado Coração de Jesus (Saltinho)

Senhor Bom Jesus (Rio das Pedras)

e as quase-paróquias Nossa Senhora do Rosário da Pompéia e Santa Cruz.



Região Pastoral Capivari – compreende 5 paróquias:

São João Batista

São Benedito

Nossa Senhora de Fátima

São Pedro (Mombuca)

Nossa Senhora de Lourdes (Rafard).



Região Pastoral Rio Claro – compreende 13 paróquias e 1 quase-paróquia:

Bom Jesus

Espírito Santo

Imaculado Coração de Maria

Nossa Senhora Aparecida

Nossa Senhora da Saúde

Sant'Ana

Santa Cruz

São Francisco de Assis

São João Batista

São José Operário

Nossa Senhora da Conceição (Ipeúna)

São Joaquim (Santa Gertrudes)

São José (Corumbataí)

e a quase-paróquia Santo Antônio.



Região Pastoral Santa Bárbara – compreende 9 paróquias:

Senhor Bom Jesus

Imaculada Conceição

Nossa Senhora Aparecida

Santa Bárbara

Santo Antônio

São João Batista

São José

São Judas Apóstolo

São Sebastião.



Região Pastoral São Pedro – compreende 4 paróquias:

São Pedro

Santa Maria (Santa Maria da Serra)

Imaculada Conceição (Águas de São Pedro)

Nossa Senhora do Rosário (Charqueada).





Nosso Bispo, Dom Fernando Mason

No dia 25 de maio de 2005 – Ano da Eucaristia – na véspera da festa de Corpus Christi, o Papa Bento XVI nomeou Dom Fernando Mason como Bispo da Diocese de Piracicaba, que foi instalada no encerramento de um Congresso Eucarístico.

Dom Fernando é o 5º Bispo da Diocese de Piracicaba. Depois de ter exercido por seis anos o ministério episcopal à frente da Diocese de Caraguatatuba, da qual foi o primeiro Bispo, o Papa Bento XVI transferiu-o para Piracicaba.

É franciscano da Ordem dos Frades Menores Conventuais. Abraçando a ordem de São Francisco, optou por ser missionário e isso se concretizou ao deixar a terra natal, a Itália, vindo para o Brasil, onde exerceu diversos serviços em diferentes cidades de São Paulo e do Paraná.

Nasceu em 21 de janeiro de 1945 em Loreggia, província com cerca de 4 mil habitantes, pertencente a cidade de Pádua, Itália, mesma cidade onde Santo Antônio viveu e morreu. Foi batizado em 28 de janeiro. Filho dos lavradores Florindo Mason e Ângela Piccolo Mason, é o oitavo de nove filhos do casal. Recebeu o nome de Ernesto Ferdinando Mason. Na basílica, onde está sepultado o grande santo, fez sua profissão religiosa e foi ordenado sacerdote. Mais tarde, ao tornar-se frade, adotou o nome de Fernando. Hoje, dirige a Diocese de Piracicaba, que tem como padroeiro o mesmo Santo Antônio.



• 26 de setembro de 1962 - fez a primeira profissão religiosa na Ordem dos Frades Menores Conventuais

• 4 de outubro de 1966 – fez a profissão solene

• 3 de abril de 1971 – foi ordenado sacerdote

• 3 de março de 1999 - nomeado, pelo Papa João Paulo II, primeiro bispo da Diocese de Caraguatatuba

• 1º de maio de 1999 – ordenação episcopal e posse na Diocese de Caraguatatuba

• 25 de maio de 2005 – nomeado, pelo Papa Bento XVI, bispo da Diocese de Piracicaba

Dom Fernando iniciou seu ministério na nossa diocese no dia 24 de julho de 2005, quando tomou posse em solene celebração na Catedral de Santo Antônio.

É o bispo responsável pela Catequese no Regional Sul-1 da CNBB (que abrange as dioceses do estado de São Paulo).





A Paróquia



É uma parcela do território da diocese sob a direção espiritual e administrativa de um sacerdote, o pároco. A paróquia é uma comunidade de fé.



Nossa paróquia – Santo Antônio de Pádua – pertence a região episcopal Nossa Senhora da Assunção da Arquidiocese de Fortaleza. Foi instalada em 14 de setembro de 2002, por Dom José Antônio Aparecido Tose Marques, arcebispo de Fortaleza . No decorrer desse tempo, nossa paróquia teve quatro párocos, que foram:



1º) 2002– Pe. Jaime Klink;

2º) 1914 – Cônego Júlio Figueria;

3º) 1916 – Padre Serápio Giol;

4º) 1917 – Padre João Milita Roma;

5º) 1921 – Monsenhor Jerônimo Gallo;

6º) 1951 – Monsenhor Romário Pazzianotto;

7º) 1957 – Monsenhor Luiz Gonzaga Juliani;

(substituiu Mons. Romário por motivo de doença)

1960 – Monsenhor Romário volta às suas atividades, tendo como seu coadjutor o então Monsenhor Jorge Simão Miguel. Mas, Mons. Romário volta a se adoecer.

8º) 1960 – Monsenhor Jorge Simão Miguel;

9º) 2006 – Monsenhor Orivaldo Casini.



Hoje, a paróquia Imaculada Conceição tem como pároco o Monsenhor Orivaldo Casini, contando com o auxílio do nosso estimado Monsenhor Jorge Simão Miguel, hoje pároco emérito. Conta também com os leigos da comunidade, auxiliando o pároco na condução administrativa e pastoral da paróquia.



Todo cristão comprometido com a fé que professa, deve procurar prestar algum serviço à comunidade paroquial, se engajando ativamente em algum movimento da comunidade, de acordo com seus dons e talentos. Nossa paróquia possui diversos movimentos paroquiais, associações religiosas e equipes de pastoral, sendo estes:



• Pastoral do Batismo;

• Catequistas para a Primeira Eucaristia;

• Catequistas para a Perseverança;

• Pastoral da Crisma;

• Equipe de Curso de Noivos;

• Pastoral Litúrgica;

• Equipe de Liturgia Musical;

• Equipe de Ornamentação;

• Equipe de coroinhas e acólitos;

• Ministros da Comunhão;

• Irmandade do Santíssimo Sacramento;

• Apostolado da Oração;

• Grupo de Oração – Renovação Carismática

• Vicentinos;

• Associação de Santa Rita de Cássia;

• Pia União de Santo Antonio;

• Legião de Maria;

• Grupo Vida;

• Pastoral da Saúde;

• Pastoral Familiar;

• Equipe de Encontro de Casais com Cristo;

• Movimento da Mãe Rainha;

• Pastoral do Dízimo;

• Conselho Pastoral Paroquial – CPP;

• Conselho de Assuntos Econômicos Paroquial – CAEP;

• Secretariado Paroquial.



5.6 - Os Cinco Mandamentos da Igreja

Além dos Dez Mandamentos que conhecemos, existem os Cinco Mandamentos da Igreja. É preciso entender que mandamento é algo obrigatório para todos os católicos, diferente de recomendações, conselhos, entre outros. Cristo deu poderes à Sua Igreja a fim de estabelecer normas para a salvação da humanidade. Ele disse aos Apóstolos: "Quem vos ouve a mim ouve, quem vos rejeita a mim rejeita, e quem me rejeita, rejeita Aquele que me enviou" (Lc 10,16). E prossegue: “Em verdade, tudo o que ligardes sobre a terra, será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a terra, será também desligado no céu.” (Mt 18,18) Então, a Igreja legisla com o "poder de Cristo", e quem não a obedece, não obedece a Cristo, e conseqüentemente a Deus Pai. De modo que para a salvação do povo de Deus, a Igreja estabeleceu cinco obrigações que todo católico tem de cumprir, conforme ensina o Catecismo da Igreja Católica (CIC). Este ensina: "Os mandamentos da Igreja situam-se nesta linha de uma vida moral ligada à vida litúrgica e que dela se alimenta. O caráter obrigatório dessas leis positivas promulgadas pelas autoridades pastorais tem como fim garantir aos fiéis o mínimo indispensável no espírito de oração e no esforço moral, no crescimento do amor de Deus e do próximo." Note que o Catecismo diz que isso é o "mínimo indispensável" para o crescimento na vida espiritual dos fiéis. Podemos e devemos fazer muito mais, pois isso é apenas o mínimo obrigado pela Igreja. Ela sabe que, como Mãe, tem filhos de todos os tipos e condições, portanto, fixa, sabiamente, apenas o mínimo necessário, deixando que cada um, conforme a sua realidade, faça mais. E devemos fazer mais.



1º – Primeiro Mandamento da Igreja: "Participar da missa inteira nos domingos e outras festas de guarda e abster-se de ocupações de trabalho". Ordena aos fiéis que santifiquem o dia em que se comemora a ressurreição do Senhor, e as festas litúrgicas em honra dos mistérios do Senhor, da santíssima Virgem Maria e dos santos, em primeiro lugar participando da celebração eucarística, em que se reúne a comunidade cristã, e se abstendo de trabalhos e negócios que possam impedir tal santificação desses dias. Os Dias Santos – com obrigação de participar da missa, são esses, conforme o Catecismo: “Devem ser guardados [além dos domingos] o dia do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Epifania (domingo no Brasil), da Ascensão (domingo) e do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi), de Santa Maria, Mãe de Deus (1º de janeiro), de sua Imaculada Conceição (8 de dezembro) e Assunção (domingo), de São José (19 de março), dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo (domingo), e por fim, de Todos os Santos (domingo)”.



2º - Segundo Mandamento: "Confessar-se ao menos uma vez por ano". Assegura a preparação para a Eucaristia pela recepção do Sacramento da Reconciliação, que continua a obra de conversão e perdão do Batismo. É claro que é pouco se confessar uma vez ao ano, seria bom que cada um se confessasse ao menos uma vez por mês, pois fica mais fácil de se recordar dos pecados e de ter a graça para vencê-los.



3º - Terceiro Mandamento: "Receber o sacramento da Eucaristia ao menos pela Páscoa da ressurreição" (O período pascal vai da Páscoa até festa da Ascensão) e garante um mínimo na recepção do Corpo e do Sangue do Senhor em ligação com as festas pascais, origem e centro da Liturgia cristã. Também é muito pouco comungar ao menos uma vez ao ano. A Igreja recomenda (não obriga) a comunhão diária.



4º - Quarto Mandamento: "Jejuar e abster-se de carne, conforme manda a Santa Mãe Igreja" (No Brasil isso deve ser feito na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa). Este jejum consiste em um leve café da manhã, um almoço leve e um lanche também leve à tarde, sem mais nada no meio do dia. Quem desejar, pode fazer um jejum mais rigoroso; o obrigatório é o mínimo. Os que já tem mais de sessenta anos estão dispensados da obrigatoriedade, mas podem fazê-lo se desejarem. Diz o Catecismo que o jejum "Determina os tempos de “elevação espiritual” e penitência que nos preparam para as festas litúrgicas; contribuem para nos fazer adquirir o domínio sobre nossos instintos e a liberdade de coração".



5º - Quinto Mandamento: "Ajudar a Igreja em suas necessidades materiais" Recorda aos fiéis que devem ir ao encontro das necessidades materiais da Igreja, cada um conforme as próprias possibilidades. Não é obrigatório que o dízimo seja de 10% do salário, nem o Catecismo nem o Código de Direito Canônico obrigam esta porcentagem, mas é bom e bonito se assim o for. O importante é, como disse São Paulo, dar com alegria, pois “Deus ama aquele que dá com alegria” (cf. 2Cor 9, 7).



Nota: Conforme preceitua o Código de Direito Canônico, as Conferências Episcopais de cada país podem estabelecer outros preceitos eclesiásticos para o seu território.



Demos graças a Deus pela Santa Mãe Igreja que nos guia. O Papa Paulo VI disse que "quem não ama a Igreja não ama Jesus Cristo".





5.7 - A Missa: o coração da Igreja

“A Santa Missa é o centro e o ponto mais alto de toda a vida da Igreja, pois é a fonte de onde provém todas as graças de santificação e salvação”. (Concílio Vaticano II)



Para você compreender a importância transcendental da Missa, que também chamamos de Celebração da Eucaristia, é preciso compreender o “mistério da Redenção”, pelo qual Deus salvou a humanidade. Pois o ponto central da fé católica é a Redenção, realizada por Jesus através de Sua Paixão, Morte, Ressurreição e Ascensão ao céu. E, Jesus quis perpetuar a celebração da nossa redenção pela Santa Missa.



“Eis o mistério da fé”, diz o sacerdote após a Consagração do pão e do vinho, ato em que Cristo se entrega totalmente no altar, fazendo-se presença viva e real no vinho e na hóstia consagrados. Então o mesmo Calvário vivo se renova sobre o altar. E assim, Jesus Cristo continua a salvar os homens de todos os tempos e lugares.



A Santa Missa, que a Igreja Católica celebra desde que Cristo mandou aos Apóstolos: “Fazei isto em memória de Mim”, torna presente o sacrifício, a entrega total de Jesus à Deus, por nós. Torna presente a sua morte na Cruz, atualizando então, a nossa Redenção; isto é, em cada Missa Cristo oferece novamente ao Pai, por nós, o seu único sacrifício.



O termo “fazer memória”, não significa uma simples lembrança ou uma recordação, mas significa “tornar presente”. Por isso, em cada Missa que celebramos, atualiza-se a Páscoa de Cristo e “torna-se presente a nossa redenção”.



Então, é preciso compreender que a Missa não é uma simples reunião de oração, com um padre, para a presidir. Nem é também apenas um culto, onde cantamos, louvamos, pedimos perdão, ouvimos a Palavra de Deus e sua pregação. Não é uma celebração sentimental ou histórica. Nem mesmo é um simples recordar da Última Ceia. É muito mais do que tudo isto.



Ela é o único e suficiente sacrifício de Jesus Cristo, oferecido à Deus Pai, na Cruz, tornado realmente presente no altar. É por isto que é celebrada por um sacerdote e sobre um altar. Pois, sacerdote é aquele que, em qualquer religião, desde a antiguidade, oferece um sacrifício real a Deus, para a remissão dos pecados do povo. E, o altar é o lugar onde este sacrifício é oferecido.



Pela Missa, Deus vem ao nosso encontro e vamos até Ele, por Cristo, na pessoa do Sacerdote. Ao recebermos Cristo vivo na Santa Comunhão, entramos numa íntima união com Ele, pois o nosso corpo, o nosso ser, torna-se o “trono do Rei dos Reis”. Pela Eucaristia, nós unimo-nos em Cristo, e Cristo une-se a nós, de forma viva e real.



Portanto, a Missa é um encontro vivo com Deus! E neste encontro, nos alimentamos de sua Palavra e do próprio Cristo na Eucaristia. Pois, somos pessoas que precisam de alimento para continuar a nossa caminhada de fé.



Porém, infelizmente, muitas pessoas não compreendem o verdadeiro significado da Missa, tornando-se então, indiferentes para com ela, e às vezes, até deixam de participá-la como deveriam.



Para que possamos participar melhor da Santa Missa, vamos refletir um pouco, parte por parte desta sublime Celebração:



1ª Parte) Ritos Iniciais:



• Procissão de Entrada: inicia-se o encontro dos filhos com o Pai. A procissão de entrada significa a nossa caminhada do dia-a-dia na vida de trabalho, lazeres, nossa vida na família... Isto lembrará a nossa caminhada seguindo a Cristo a “caminho da Casa do Pai”. Enquanto o sacerdote entra com os demais mi¬nistros, a assembléia é convidada a levantar-se, para dar início à Celebração com o canto da entrada. A finalidade deste canto é justamente dar início à celebração, criar o clima que vai promover a união orante da comunidade e introduzir no mistério do Tem¬po Litúrgico que celebramos.

• Saudação: depois de beijar o altar o sacerdote se dirige à Assembléia e depois de feito o sinal da cruz, ele saúda as pessoas que estão presentes, num cumprimento cordial, sempre realçando a idéia do Encontro do Amor entre Deus e os homens. Pelas palavras desta saudação percebemos a certeza de que o encontro se realiza no amor que reúne Deus Pai com seus filhos, convocados por Jesus Cristo.

• Ato Penitencial: o sacerdote nos convida para reconhecermos as nossas culpas para que a Santa Missa seja dignamente celebrada. Depois de um instante de silêncio o sacerdote nos convida para nos arrependermos dos nossos pecados, rezando o ato penitencial. Após a absolvição, recebemos o perdão dos nossos pecados veniais (“leves”), dos quais se arrependemos. Estaremos em paz para prosseguirmos a Santa Missa.

• Hino de Louvor: O “Glória” é um hino antiqüíssimo e venerável, pelo qual a Igreja glorifica, louva e agradece a Deus. Rezado ou cantado, deve ser uma manifestação visível de alegria por parte de toda a comunidade, pois, é momento de agradecemos a Deus pelo perdão que nos foi concedido, e também por tudo aquilo que somos e temos.

• Oração (ou Coleta): é momento de apresentarmos ao Pai nossos desejos e fazermos nossos pedidos pessoais. Após uns instantes de silêncio, o sacerdote faz uma oração em nome da Igreja reunida, pela vida da comunidade, pedindo a Deus por Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo.



Percebe-se que, nesta primeira parte da Missa: Nós falamos com Deus!



2ª Parte) Liturgia da Palavra:



Na Liturgia da Palavra entramos em contato com as riquezas da Palavra da Deus. Por ser inspiração divina, a Palavra de Deus é sempre nova, sempre atual. É a expressão do amor do Pai que orienta, anima, dirige e educa os filhos, em cada dia, em todos os tempos.



O próprio Cristo, por sua Palavra transformadora, está presente em nosso meio. Deus se dirige a seu povo, revelando-lhe o mistério da Redenção e da Salvação e oferecendo a sua Palavra como alimento espiritual.



Em cada Missa, o Pai toma um assunto bem determinado para dialogar, de acordo com o tempo litúrgico que a Igreja vive. É o que chamamos de tema central da Liturgia da Palavra, sobre o qual toda esta 2ª Parte da Missa diz respeito.



• Primeira Leitura: referindo-se em geral, ao Antigo Testamento, Deus apresenta um fato ou uma profecia que sirva de base, como exemplo ou motivação, para o tema central da Liturgia da Palavra.

• Salmo Responsorial: é momento de refletirmos e assimilarmos os conselhos através da leitura que acabamos de ouvir, para darmos uma reposta de gratidão a Deus por Sua Palavra a nós dirigida. Geralmente essa resposta de gratidão é manifestada pela declamação de um Salmo.

• Segunda Leitura: utilizando-se em geral de alguma Carta Bíblica do Novo Testamento, o Pai leva o tema central da Liturgia da Palavra, à vida prática de cada dia, mostrando-nos como aplicar os seus ensinamentos em nossa vida, em nosso dia-a-dia.

• Aclamação ao Evangelho: Cristo irá falar! Cristo vai anunciar a Palavra do Pai! Então a comunidade põe-se em pé a aclama o Cristo, cantando com alegria, fazendo como que uma recepção festiva à Sua Pessoa e à Sua Palavra.

• Evangelho: a palavra “evangelho” significa Boa Nova, Boa Notícia, Mensagem muito Importante. Obviamente, é um trecho tirado de um dos quatro Santos Evangelhos. Nele, o próprio Cristo vem se referir ao tema central da Liturgia da Palavra, vem trazer a verdade, a lição, o conselho do dia, vivido, analisado ou ensinado por Ele próprio. O Evangelho é a Palavra viva de Jesus, nosso Salvador.

• Homilia: a palavra “homilia” significa explicação, explanação. É o momento da Missa destinado a explicar as verdades contidas na Palavra de Deus que acabamos de ouvir nas Leituras e no Evangelho, a fim de colocar as mensagens nelas contidas ao alcance de todas as pessoas presentes.

• Profissão de Fé: é a declaração pública, consciente e convicta da própria fé que professamos. O “credo” como é chamada, é um resumo das verdades fundamentais da nossa fé, que nos foram anunciadas pelo Pai, através de Cristo, e na inspiração do Espírito Santo. Neste momento da missa, ao fazermos a nossa profissão de fé, demonstramos a nossa aceitação e adesão à Palavra de Deus a nós anunciada.

• Oração dos Fiéis: é a oração de todos por todos. Pois a Palavra de Deus deve atingir a todos. Os filhos presentes ao encontro, lembram ao Pai, todos os outros irmãos espalhados pelo mundo afora. Nesta oração, mostra-se a universalidade da Igreja. Onde quer que haja um cristão, é nosso irmão e nós pensamos nele.



Percebe-se que, nesta segunda parte da Missa: Deus fala conosco! Cristo vem ao nosso encontro, e comungamos da mesa da Palavra. Em cada Missa Deus tem algo a nos dizer.



3ª Parte) Liturgia Eucarística:



Na Missa, encontro entre o Pai e os filhos, além do diálogo existente, há a troca de presentes e ofertas. Há demonstrações de amor dadas pelos filhos ao Pai, e há demonstrações de amor dadas pelo Pai aos filhos. Os filhos entregam ao Pai o sacrifício da vida de Cristo, juntamente com os “frutos” da suas vidas. O Pai entrega aos filhos, na Comunhão, o Cristo imortal, para ser o companheiro e o salvador dos irmãos.

Lembre-se que a Missa é a atualização da Páscoa de Cristo. E, o conjunto de gestos e palavras necessários para que se torne presente o sacrifício (entrega) de Cristo, é realizado na Liturgia Eucarística.



• Ofertório: é a preparação do sacrifício de Cristo. Ofertório significa “apresentar”, “oferecer”. O homem que reflete e pensa em Deus como seu criador, sente necessidade de oferecer-se a Ele. Neste momento, o cristão faz o oferecimento de suas próprias vidas, simbolizadas no pão e no vinho, matéria necessária para a atualização e oferta do sacrifício de Cristo. Portanto, além do valor espiritual que possuem o pão e o vinho, porque depois de oferecidos ao Pai vão tornar-se Corpo e Sangue de Cristo, há o valor simbólico, pois representam os “frutos” da natureza e do trabalho humano. Há também, como parte do ofertório, a oferta espontânea em dinheiro, como sinal de gratidão a Deus, pelo muito que recebemos, não só materialmente, mas em muitos outros aspectos. Estas ofertas materiais, são destinadas à manutenção das celebrações e à organização e conservação da Igreja. E, na pessoa do sacerdote, a Igreja apresenta a Deus Pai, a vida e as realizações de todos.

- Convite à Oração (“Orai, irmãos e irmãs...”): é convite do sacerdote à oração de todos. Ele pede para que todos rezem para que o sacrifício que foi colocado sobre o altar do Senhor, no ofertório, seja aceito por Deus Pai.

- Oração sobre as Oferendas: ao terminar o ofertório, o sacerdote faz uma oração, na qual resume e reafirma nossos desejos e intenções ao fazermos a oferta.



• Oração Eucarística: (“Eucaristia” = “Ação de Graças”) com a oração eucarística, oração de agradecimento e de consagração, chegamos ao coração e ao ápice da celebração. O sacrifício de Cristo presente na Missa é eucarístico, isto é, “sacrifício para agradecer muito, para dar a maior prova de gratidão”. Se o ofertório é a preparação do sacrifício de Cristo, agora, o mesmo se realiza.

- Prefácio: introduz-se a oração eucarística. A Igreja, neste momento, rende graças ao Pai, por Cristo, no Espírito Santo, por todas as suas obras, pela criação, a redenção, a santificação. Toda a comunidade junta-se então a este louvor incessante, reconhecendo a grandeza de Deus e sua plenitude de santidade, entoando o hino do “Santo”.

Após a aclamação do prefácio, o sacerdote assume a posição de representante oficial da Igreja e da Comunidade reunida, para dirigir-se ao Pai, de modo especial e solene, através da Oração Eucarística.

- Prece Eucarística: a Igreja pede ao Pai que envie seu Espírito Santo sobre o pão e vinho, dons oferecidos pelos homens, para que se tornem por seu poder, o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo.

- Consagração: é o momento em que o sacerdote, age, do mesmo modo e com as mesmas palavras de Cristo na última Ceia, para transformar o pão e o vinho em Corpo e Sangue de Jesus. Neste momento, o próprio Cristo age e fala pelo sacerdote, o qual se torna um “instrumento” de Cristo. Com este ato, Cristo se faz sacramentalmente presente sob as espécies do pão e do vinho consagrados. Há o que chamamos de milagre da transubstanciação (transformação da substância).

É o momento em que se torna presente o sacrifício de Cristo. O calvário torna-se presente sobre o altar. Da mesma forma que Cristo se entregou a Deus, por nós, na Cruz, neste momento, Ele se entrega a nós, sobre o altar. Cristo está presente para ser oferecido novamente ao Pai.

Só a fé pode nos garantir a certeza de que sob as aparências de pão e vinho, está presente o Cristo vítima, sacrifício de nossa salvação. Este milagre torna-se um mistério de fé.

- Oração após a Consagração: o sacerdote prossegue a Oração Eucarística oferecendo o sacrifício de Cristo ao Pai. Depois, confiante no valor da oferta, pede para que aqueles que tomam parte da Eucaristia sejam um só corpo e um só espírito e faz os pedidos necessários à Igreja, intercessões, em que exprime a Eucaristia sendo celebrada em comunhão com toda a Igreja do céu e da terra, com os pastores da Igreja, o Papa e os Bispos do mundo inteiro.

- Elevação Conjunta (“Por Cristo, com Cristo...”): é o oferecimento de Cristo ao Pai, por nós. Para concluir as orações próprias da oferta do sacrifício de Cristo ao Pai, o sacerdote realiza um gesto muito profundo. Ele, em nome do povo reunido, toma em suas mãos a patena com o Corpo de Cristo e o cálice com o Sangue de Cristo, ergue-os conjuntamente, como se estivesse entregando Cristo ao Pai, pela nossa redenção. É a “coroação” solene e grandiosa da Oração Eucarística, onde por Cristo, com Cristo e em Cristo, apresenta-se ao Pai, toda honra e glória, de hoje e de todos os tempos. Toda a comunidade exclama com alegria e exaltação o “Amém!”, num gesto de confirmação e participação no ato que foi feito.



• Ritos da Comunhão: um dos mais importantes momentos da Celebração Eucarística. A comunidade reunida se vê fortalecida com a presença do Senhor Jesus que se torna alimento para nossa vida espiritual.

- Oração do “Pai Nosso”: antes da aproximação à mesa da comunhão é necessária uma preparação. O sacerdote convida a todos os participantes para rezar a oração que o próprio Cristo nos ensinou. Nela, apreendemos a chamar Deus de Pai. É a oração que lembra nossa fraternidade, pois somos todos filhos do mesmo Pai, portanto somos todos irmãos. A participação na Eucaristia, nos leva a um compromisso com a fraternidade.

- Oração pela Paz: Cristo prometeu-nos a paz verdadeira. Fundamentando-se na promessa que Cristo nos fez, o sacerdote pede a paz. A paz é Cristo presente em nós. E, tendo esta paz de Cristo em nossos corações, devemos manifestá-la aos irmãos.

- Fração do Pão: o sacerdote parte a hóstia em duas metades. De uma delas retira um pedaço e o coloca dentro do cálice, fazendo assim a união do Corpo e Sangue de Cristo. Assim como a separação do Corpo e Sangue de Cristo simboliza a sua morte, assim também, a união dos mesmos, quer afirmar a presença de Cristo vivo, ressuscitado e glorioso. Na Santa Ceia, os convidados foram os Apóstolos. Na Ceia da Santa Missa, todos os participantes são convidados. O sacerdote saúda-os e lhes apresenta o Cordeiro, o Cristo sacrificado, que servirá como alimento na Ceia. Ele é o Cordeiro que tira o pecado e corrige a fraqueza.

- Comunhão: depois da comunhão do próprio sacerdote, os participantes da Ceia dirigem-se para junto do altar, para receber o Cristo. Momento de profundo respeito e de intimidade pelo encontro do homem com o Cristo vivo. Se depois da Consagração, nós oferecemos Cristo ao Pai, podemos dizer que agora, é o Pai que nos entrega o Cristo, para ser nossa força, nosso companheiro, nosso mestre. Ao recebermos Cristo vivo e real em nosso ser, pela recepção da Sagrada Comunhão, se produz em nós frutos de vida eterna. À medida que comungamos ao longo de nossa vida, cresce e amadurece a nossa vida espiritual.

- Oração depois da Comunhão: depois de fazermos a nossa oração pessoal de ação de graças ao Cristo vivo que está em nós, o sacerdote, em nome de toda a comunidade reunida, encerra oficialmente a Liturgia Eucarística com uma oração de agradecimento pelos ensinamentos recebidos na Liturgia da Palavra, pelo sacrifício de Cristo que foi atualizado, oferecido e recebido. E pede que a Eucaristia recebida produza em nós frutos de alegria, de vida cristã e de vida eterna.



Percebe-se que, nesta terceira parte da Missa: Deus vem ao nosso encontro! Através de Cristo, Deus nos atinge com sua graça redentora. Dá-nos em alimento para fortalecer a nossa alma. Comungamos da mesa Eucarística.



4ª Parte) Ritos Finais:



O encontro da família de Deus terminou. O sacerdote nos confere a Benção de Deus e em nome de Deus, nos envia em MISSÃO.



Agora, a Santa Missa continua em nossas vidas, pois ela não é um ato isolado na vida do Cristão. Durante a semana, o Cristão deve aplicar, com seu testemunho de vida, aquilo que “absorveu” na Celebração, buscando viver o mistério de Cristo na própria vida:

- viver a união com os irmãos, através de uma vida de ajuda mútua, de uma vida de fraternidade;

- alimentar a união com Cristo, através da oração e da luta contra as tentações e contra o pecado da injustiça e do egoísmo;

- colocar-se a serviço dos mais necessitados para, em união com Cristo, construir um mundo novo na justiça e na fraternidade.



Preparação de um altar para Celebração da Santa Missa

01 – Altar: representa a mesa que Jesus e os Apóstolos usaram para celebrar a Santa Ceia na Quinta-Feira Santa

02 – Toalha: lembra a dignidade e o respeito que devem ao altar.

03 – Sacrário: é onde ficam guardadas as âmbulas com Hóstias Consagradas.

04 – Ostensório: é onde se coloca a Hóstia Consagrada para Adoração dos fiéis.

05 – Lâmpada do Santíssimo Acesa: indica Jesus presente no sacrário vivo e real, como está no céu.

06 – Círio Pascal: é uma vela grande, benzida na cerimônia da Vigília Pascal (Sábado Santo). Indica “Cristo Ressuscitado”, “Luz do Mundo”.

07 – Carrilhão (sino): é acionado para maior atenção no momento da Consagração.

08 – Cálice: Nele se deposita o vinho que vai ser transformado em sangue de Jesus. É feito de metal prateado ou dourado.

09 – Patena: é como um pratinho que vai sobre o cálice. Na patena é colocada a Hóstia Grande, do Celebrante.

10 – Sanguíneo: é uma toalhinha comprida, serve para enxugar o cálice onde estava o Sangue de Jesus.

11 – Pala: é uma peça quadrada, que serve para cobrir o cálice com o vinho.

12 – Hóstias: as hóstias grandes e pequenas são feitas de trigo puro, sem fermento. A grande o padre consagra para si, é a maior para que todos possam ver.

13 – Âmbula: é igual ao cálice, mas fechada com uma tampa justa. Nela colocam-se as hóstias consagradas a serem distribuídas aos fiéis, e serve para guardar as hóstias consagradas no sacrário após a Missa.

14 – Galhetas: são duas jarrinhas que contém água e vinho. O vinho é para a consagração. A água serve para misturar no vinho antes da consagração, lavar os dedos do celebrante e purificar o cálice e as âmbulas depois da comunhão.

15 – Manustérgio: é para enxugar os dedos do celebrante no Ofertório.

16 – Corporal: é uma toalha branca quadrada, que vai no centro no altar. Chama-se corporal porque sobre ela coloca-se a Hóstia consagrada que é o corpo do Senhor.

17 – Missal: é o livro que o padre usa para ler as orações da Missa.

18 – Crucifixo: colocado no centro do altar, para lembrar o sacrifício de Jesus.

19 – Velas acesas: lembra Cristo luz do mundo. Simboliza também a nossa fé, pois, a Missa só tem sentido para quem tem fé.

20 – Flores: as flores simbolizam vida, beleza, amor e alegria.





5.8 - Maria: Mãe e Modelo da Igreja



Uma das devoções mais belas da Igreja Católica é à Virgem Maria, Mãe de Jesus; logo, mãe de Deus encarnado. É também nossa Mãe, Mãe da Igreja.



Sendo, a “Mãe de Deus”, jamais Maria pode ser uma “mulher qualquer”; seria uma ofensa ao Criador pensar assim. Ela foi escolhida por Deus, desde toda a eternidade, para ser a Mãe do seu Filho feito homem. Ela lhe deu a carne humana, sem a participação de um homem, mas sim, por obra do Espírito Santo.



É lógico que não foi Maria quem criou o Verbo de Deus; Deus é incriado, sempre existiu por causa própria. Mas Maria, por vontade de Deus, tendo em vista a salvação nossa, se tornou verdadeiramente a Mãe de Deus humanado, como dizia São Bernardo.



No seu canto “Magnificat”, Maria disse: “Todas as gerações me proclamarão bem-aventurada” (Lc 1,48b). De fato, nestes dois mil anos de Igreja, jamais ela deixou de ser proclamada bem-aventurada, glorificada e amada. A Igreja católica presta um culto adequado àquela que é a Mãe de Deus.



Maria é a filha predileta de Deus Pai, a Mãe santíssima do Filho e a Esposa do Espírito Santo. Já percebeu a intimidade que ela tem com a Santíssima Trindade? Por isso, e muito mais, que a Santa Igreja Católica venera, ama, louva e bendiz Maria, sabendo assim que está prestando um culto de glória e louvor a Seu Filho que é Deus.



Mas Maria não é uma deusa, não pertence a Trindade divina. Toda a Tradição da Igreja, desde o primeiro século, fala abundantemente de Nossa Senhora; razão pela qual lhe presta um culto especial, a “hiperdulia”, que significa “grande admiração, veneração”, que é diferente de “idolatria”, que significa “adoração”, que é o culto pelo qual nos dirigimos somente à Deus.



Graças a Deus temos uma Mãe, que não é apenas uma boa mulher, mas a Mãe do próprio Deus encarnado, Mãe que nos ama e que intercede poderosamente junto à Deus por nós no céu.



Vamos refletir sobre alguns dos principais fatos da vida de Maria:





• Anunciação (Lc 1,26-38)



- Toda preparação e espera do Antigo Testamento se realiza em Maria. Ela é escolhida para ser a Mãe do Salvador;

- Recebe o anúncio do Anjo em sua casa, em Nazaré. A figura do anjo significa a dimensão de fé – (cfr. Jz 6,11-24; Ex 3,1-3);

- “Não conheço nenhum homem”. Maria não era casada. Era virgem;

- “Conceberá pelo Espírito Santo”. Nessa união se realizam a aliança de Deus com a humanidade;

- Nova Eva. A primeira disse “Não”. Maria diz “Sim” ao Plano de Deus;

- “Faça-se em mim segundo a Vossa vontade”. Ela se coloca a disposição de Deus, e neste diálogo com o anjo vemos a intimidade de Maria com Deus;

- Maria é o primeiro modelo de fé da Igreja. Ter fé é receber tudo de Deus e dar-lhe o que Ele quer de nós;

- “Eis aqui a serva do Senhor”. Significa: aceitação, abertura e pobreza;

- Foi aí que Jesus se encarnou: “e o Verbo se fez Carne” (Jo 1,14);

- A cada dia Maria vai renovar o “sim” e reviver a presença de Deus dentro dela. (Cfr.Lc 1,28);

- Há mudança de planos, mas ela sabe que aquilo que Deus escolhe para nós nos santifica mais do que quando escolhemos o próprio caminho;

- Maternidade de Maria é um grande privilégio. Ela é a Mãe de Jesus não só porque o gerou, mas fez a sua vontade;

- A fé é a virtude que Maria praticou em mais alto grau, com abertura a Deus. Fé é isto: aceitação – abertura à vontade de Deus – serviço e compromisso com os irmãos.









• Visita a Izabel (Lc 1,39-45;56)



- Lição de serviço e compromisso. Maria vai ao encontro dos necessitados. Caridade não é só dar, mas principalmente, doar-se ao irmão;

- Serviço: Quanto mais recebemos, mais devemos doar-nos;

- Sua prima Santa Isabel, cheia do Espírito Santo, a saúda como “a Mãe do meu Senhor”, quando Maria foi visitá-la. “De onde me vem a honra de receber a visita da Mãe do meu Senhor?” (Lc 1,43). Santa Isabel foi a primeira a anunciar ao mundo quem era Maria: “a Mãe do meu Senhor”. Os judeus só usavam a expressão Senhor (=Adonai) para Yahweh(=Deus). Então, o que Isabel disse a Maria foi: És a Mãe de Deus.





• Magnificat (Lc 1,46-55)



- Maria, cheia do Espírito de Deus, canta um canto de louvor: “o Magnificat”;

- Nesse canto, vemos que Maria conhece toda a História da Salvação;

- Maria está aberta para Deus e para os irmãos. Tem a fidelidade dos Profetas;

- Ela conhece a realidade, angústias e esperanças do seu povo;

- Embora tenha um coração voltado para Deus, ela tem os pés na realidade do povo;

- Maria viveu as Bem-aventuranças proclamadas por Jesus.





• Nascimento de Jesus (Lc 2,1-21)



- É preciso ir a Belém por causa do recenseamento. Apesar das dificuldades, Maria confia, porque sabe que o mesmo Deus que escolhera para Mãe do Salvador, providenciará um lugar para seu filho nascer;

- Esse também é o caminho daqueles que se colocam, mais perto, à disposição de Deus;

- Anúncio da Boa Nova aos pastores. Sempre a revelação de Deus é feita aos pequeninos;

- Obscuridade da fé. Maria não compreendia, mas guardava essas coisas no seu coração.





• Apresentação no Templo (Lc 2,22-40)



- Cumprimento da Lei – Obediência – Oferta dos pobres;

- Louvores de Ana e alegria de Simeão (profetas): “Agora Senhor, posso ir em paz porque meus olhos viram o Salvador”;

- Profecia de Simeão à Maria: “Uma espada de dor transpassará seu coração”. Mas Maria não se revolta porque sente a presença de Deus.





• Jesus no Templo entre doutores (Lc 2,41-52)



- Festa da Páscoa. Jesus fica perdido em Jerusalém. Maria o encontra no templo, entre os doutores da lei, e todos o admiravam pelas palavras que proferia. A profecia, no que diz respeito a missão de Jesus, começa a se realizar;

- A responsabilidade de Maria é grande. Ela a carrega não como um fardo, mas como graça de Deus;

- Resposta de Jesus: “Cuidar das coisas do Pai”. Maria é Mãe que compreende o filho.

- Jesus ia crescendo em estatura, sabedoria e graça diante de Deus e dos homens. Maria era sua Mãe e catequista.





• Bodas de Caná (Jo 2,1-11)



- Primeiro milagre de Jesus. Mulher atenta, antecipa o milagre. Inicia-se aí, a vida pública de Jesus;

- Acreditou em Jesus antes do milagre e os discípulos demoraram para acreditar;

- Mulher pedagoga: “Fazei tudo o que Ele disser”;

- Ela pode pedir ao Cristo que transforme também a nossa água em vinho (as nossas dificuldades, as nossas dúvidas, etc.).







• Maria no Calvário (Jo 19,25-27)



- Maria acompanhou todo sofrimento de Seu Filho, flagelação, zombarias, crucificação.

- Vendo o Apóstolo João, Jesus, sobre a Cruz, nos deixa sua Mãe. Maria recebe uma nova maternidade: ser Nossa Mãe, Nossa Senhora, a Mãe da Igreja. É o próprio São João quem relata isto.

- João aos pés da Cruz de Jesus, representava cada um de nós batizados.

- A exemplo de São João, devemos levá-la para nossa casa, isto é, para nossa vida;

- O último presente que Jesus nos deu antes de voltar para o Pai foi Sua Mãe. E, se Jesus o fez, é porque precisamos dela como Mãe espiritual para chegarmos até o céu.

- No silêncio, Maria foi a mulher que mais alto falou do amor de Deus;

- Fez a mais bela oração: de fé, oferecimento, aceitação e fidelidade;

- Mais uma vez, agora no Calvário, ela reafirma o “faça-se”, o sim a Deus;

- Em pé, aos pés da Cruz, perseverante e firme na fé, vivenciou a Morte de Seu filho Jesus, ápice da redenção da humanidade.





• Pentecostes (At 1,14)



- Maria estava no nascimento da Igreja;

- Mulher de oração, também, em comunidade;

- Maria educou Cristo ao longo dos anos, acompanhou-o em sua vida pública, subiu com Ele ao Calvário, para ser mais tarde, a Mãe da Igreja e Rainha dos Apóstolos.





Jesus veio por meio de Maria. Fez o seu primeiro milagre nas Bodas de Caná da Galiléia, por pedido dela, e, na cruz antes de morrer no-la deu como Mãe. Jesus nos deixou a Sua Mãe, que acompanha a cada um de nós, na luta desta vida, para ser o nosso auxílio. Jamais seremos órfãos de mãe, ainda que falte a nossa mãe terrena. A Igreja nos ensina a pedir as graças ao Filho através da Mãe.



Não tenhamos medo de ter devoção a Maria; quanto mais a amamos mais estaremos exaltando a Deus.





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Homilia do XVIII Domingo do Tempo Comum (Ano C) Um homem vem a Jesus pedindo que diga ao irmão que reparta consigo a herança. Depois ...