domingo, 12 de julho de 2015

Homilia do Pe. Fantico Borges – XV Domingo do Tempo Comum – Ano B

Homilia do Pe. Fantico Borges – XV Domingo do Tempo Comum – Ano B

Na missa deste domingo ouvimos Jesus chamar os seus discípulos e envia-los a todo os lugares e povoados. Envia-lhe a sua frente e dar recomendações que não levem muita coisa. Para ser um missionário de Jesus não precisamos de muitas coisas. Apena o essencial para a luta espiritual, ou seja, a fé e a fidelidade a Palavra de Deus. Ser discípulo de Jesus pressupõe coragem para anuncia-lo em todas as situações da vida, mesmo que isso custe sofrimento e insegurança. O profeta não anuncia a si, nem o que agrada aos homens, mas sim a verdade de Deus. Neste sentido, o profeta tem que ser livre e desimpedido.
Para construirmos um caminho de liberdade profética, é mister, entender que nossa vocação é um chamado do Senhor a sermos santos e irrepreensíveis. Nesta esteia é necessário recapitular a vida em Cristo, no qual fomos predestinados a sermos filhos de Deus. Quem é a fonte desta transformação pessoal : Jesus Cristo!  N’ele nosso vida toma sentido e nosso futuro está solidificado em terra boa.
Como primeiro chamado, somos convocados por Deus a sermos santos, daí que a vocação à santidade é a primeira exigência batismal. Todo batizado estar atraído por Jesus a ser santo. “Em Cristo, o Senhor nos escolheu, antes da fundação do mundo, para que sejamos santos e irrepreensíveis sob o seu olhar, no amor” (Ef 1,4). Todos os batizados podem aplicar a si próprios essas palavras de São Paulo, porque todo batizado é chamado a santidade. Graças ao Batismo e à Confirmação (Crisma), todos os fiéis cristãos são “uma raça eleita, um sacerdócio real, uma nação santa, o povo de sua particular propriedade” (1 Pd 2,9), “destinados a oferecer vítimas que sejam agradáveis a Deus por Jesus Cristo” (Vat. II, LG,10).
Por vontade divina, dentre os fiéis que possuem o sacerdócio comum, alguns são chamados- mediante o sacramento da Ordem- a exercer o sacerdócio ministerial. Este pressupõe o sacerdócio comum dos fiéis, mas distingue-se dele essencialmente: pela consagração recebida no sacramento da Ordem, o sacerdote converte-se em instrumento de Jesus Cristo, a quem empresta todo o seu ser, para levar a todos a graça da Redenção. É um homem escolhido entre os homens, constituído em favor dos homens no que se refere a Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados (Hb 5,1). Qual é, pois, a identidade do sacerdote? “A de Cristo. Todos os cristãos podem e devem ser não já alter Christus, mas ipse Christus: outros Cristos, o próprio Cristo! Mas no sacerdote isto se dá imediatamente, de forma sacramental” (S. Josemaria Escrivá, Amar a Igreja, pág. 72). Assim o sacerdote é um canal da graça de Deus, como instrumento insuficiente para agir e realizar a profecia de Jesus Cristo.
O Senhor, presente de muitas maneiras entre nós, mostra-se muito próximo na figura do sacerdote. Cada sacerdote é um imenso dom de Deus ao mundo; é Cristo que passa fazendo o bem, curando doenças, dando paz e alegria às consciências; é o instrumento vivo de Cristo no mundo, empresta a Nosso Senhor a sua voz, as mãos, todo o seu ser. “Jesus – recordava São João Paulo II aos sacerdotes – identifica- nos de tal modo consigo no exercício dos poderes que nos conferiu, que a nossa personalidade como que desaparece diante da sua, já que é Ele quem atua por meio de nós.”
Na celebração da Missa, é Jesus Cristo quem muda a substância do pão e do vinho no seu Corpo e no seu Sangue. E “é o próprio Jesus quem, no sacramento da Penitência, pronuncia a palavra autorizada e paterna: Eu te absolvo dos teus pecados. E é Ele quem fala quando o sacerdote, exercendo o seu ministério em nome e no espírito da Igreja, anuncia a Palavra de Deus. É o próprio Cristo quem cuida dos doentes, das crianças e dos pecadores, quando o amor e a solicitude pastoral dos ministros sagrados os envolvem” (São João Paulo II).
Um sacerdote é mais valioso para a humanidade que todos os bens materiais e humanos juntos. Daí a importância de rezarmos muito pela santidade dos sacerdotes, ajudá-los e ampará-los com a nossa oração e a nossa estima.

Deus toma posse daquele que chamou ao sacerdócio, consagra-o para o serviço dos outros homens, seus irmãos, e confere-lhe uma nova personalidade. E este homem, eleito e consagrado ao serviço de Deus e dos outros, não o é somente em algumas ocasiões determinadas, por exemplo, quando realiza uma função sagrada, mas sempre, em todos os momentos, tanto quando exerce o mais alto e sublime ofício como no ato mais vulgar e humilde da vida quotidiana. Qualquer coisa que faça, qualquer atitude que tome, quer queira, quer não, será sempre a ação e a atitude de um sacerdote, porque ele o é sempre, em todas as horas e até à raiz do seu ser, faça o que quiser e pense o que pensar.
O Sacerdote é um enviado de Deus ao mundo, para que lhe fale da sua salvação, e é constituído administrador dos tesouros de Deus: o Corpo e o Sangue de Cristo, bem como a graça de Deus por meio dos sacramentos, a palavra de Deus mediante a pregação, a catequese ,os conselhos da Confissão. Está confiada ao sacerdote a mais divina das obras divinas, que é a salvação das almas; foi constituído embaixador e medianeiro entre Deus e os homens.
Por isso temos que rezar muito mais para que a Igreja conte sempre com os sacerdotes necessários, com sacerdotes que lutem por ser santos. Temos que rezar e fomentar essas vocações, se é possível, entre os membros da própria família! Que imensa alegria para uma família se Deus a abençoa com este dom!


      

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